Protestos pela renúncia do presidente param rodovias na Guatemala
Por toda a Guatemala continuaram na sexta-feira (6) as manifestações exigindo a imediata saída do presidente Alejandro Giammattei e da procuradora-geral Consuelo Porras. Os dois são denunciados pela perseguição ao chefe da Promotoria Especial de Combate à Impunidade (FECI), Juan Francisco Sandoval, que foi afastado por estar no encalço dos ladrões da vacina da Covid-19 e obrigado a sair do país.
Além da paralisação de inúmeras rodovias, integrantes de Prefeituras Indígenas como a de Palín participaram de atos e levantaram faixas e cartazes para demonstrar seu repúdio ao “governo da traição”.
Desde o dia 23 de julho, os protestos se mantêm para denunciar a compra de vacinas superfaturadas, defender o aumento salarial no campo e na cidade, o respeito aos direitos trabalhistas e o acesso ao seguro social.
As autoridades ancestrais plurinacionais Iximulew, o Comitê Camponês do Altiplano (CCDA), Ação Coletiva e outros coletivos urbanos realizaram uma conferência de imprensa na Praça da Constituição, na capital, para reafirmar a unidade e a continuidade dos atos.
Conforme Leocadio Juracán, representante do CCDA, entre outras localidades, bloqueios foram registrados em Sololá, Alta Verapaz, no sul do país, Huehuetenango e na fronteira com Honduras.
“Esta é uma mobilização pacífica, porém contundente, na qual insistimos que Giammattei renuncie, pois ele representa os interesses dos criminosos e corruptos, da mesma forma que a procuradora Consuelo Porras. Com duas ações, o que pretendem é encobrir as máfias que cooptaram o Estado. O que querem é buscar como se defender, como se autoproteger contra todo o mal que estão fazendo à população”, declarou Juracán. As mobilizações seguirão e vão crescer, reiterou, “até que renunciem estes altos funcionários corruptos vinculados com as máfias”.