Servidores da Educação aprovaram greve a partir do dia 25.

Em assembléia realizada no sábado (15), professores e funcionários das escolas estaduais do Paraná aprovaram greve por tempo indeterminado pela garantia do pagamento da reposição salarial dos servidores do estado que desde 2016 estão com os salários congelados. A decisão é uma resposta a falta de diálogo por parte do Governador Ratinho Junior (PSD).
Os servidores reivindicam um reajuste de 4,94% como reposição salarial dos últimos 12 meses. Segundo a categoria, as perdas acumuladas desde 2016 já chegam a 17%.
A data base da categoria venceu no mês de maio, e a sinalização do governo era a de que não haveria reajuste. Com a pressão dos servidores, que realizaram protestos em maio, o Executivo concordou em montar uma comissão com representantes dos sindicatos e parlamentares para discutir o tema, mas, após oito rodadas, as negociações não avançaram.
EDUCAÇÃO
A assembleia dos servidores da Educação contou com a presença de mais de 1500 servidores das escolas estaduais dando um ponta-pé inicial à greve que promete ter todo o funcionalismo público do estado.
Outras categorias, como agentes de saúde, meio-ambiente, agricultura, funcionários do administrativo, trabalhadores na segurança pública como os policiais militares e civis, agentes penitenciários, peritos, investigadores e delegados, realizarão suas assembleias na próxima semana para decidir a adesão ao movimento.
A categoria denuncia que nos últimos três anos o governo ofereceu R$ 11 bilhões de isenções fiscais ao ano para os setores econômicos lucrativos, onde 70% desse valor foi destinado a isenções apenas do agronegócio. Além disso, segundo a categoria, as isenções fiscais já estão incluídas na Lei Orçamentária do Estado para o ano de 2020.
“Com esses R$ 11 bilhões daria para pagar três vezes a data-base dos servidores”, argumenta Marlei Fernandes, coordenadora do Fórum das Entidades Sindicais do Paraná (FES).
“Já são quase quatro anos de sacrifício dos servidores. Queremos o que nos é de direito, não estamos pedindo nada além. O governo se reúne com empresários, ruralistas, políticos e se nega a negociar com os servidores que atendem a população do Paraná. É uma atitude desrespeitosa para alguém que ganhou a eleição prometendo diálogo. Se não houver proposta alguma, não temos outro recurso a não ser paralisar as atividades em uma greve unificada das categorias do serviço público”, afirmou Hermes Silva Leão, presidente da Associação dos Professores do Paraná (APP-Sindicato).
Para Cid Cordeiro, economista do FES, “a situação fiscal do governo permite atender ao pedido do funcionalismo e não oferece risco às contas públicas. Ratinho Junior assumiu o estado com o menor índice de gasto com pessoal dos últimos 10 anos”, ele explica.
Além da reposição salarial, os servidores reivindicam também a abertura de concursos públicos para repor o efetivo, uma vez que não se realizam concurso há 20 anos em algumas categorias do funcionalismo paranaense.
A categoria também cobra do governo a realização de concursos para contratação de mais de trabalhadores. Algumas categorias já estão há 20 anos sem concursos.
“Há uma defasagem no quadro já que muitos trabalhadores estão se aposentando e não há preenchimento das vagas e isso também afeta o atendimento à população.”, diz Marlei.
As entidades irão enviar, até o fim desta semana, um ofício ao governador do estado para solicitar a retomada das negociações.