Foto: Agência Brasil

A produção industrial ficou negativa em 11 dos 15 locais – 73% do total dos parques industriais regionais – nos primeiros quatro meses deste ano frente igual período de 2018, segundo a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Regional, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (11 de junho). Para o mesmo período analisado, a produção industrial nacional registrou queda de -2,7%.
De acordo com o IBGE, “o setor industrial, ao recuar 2,7% nos quatro primeiros meses de 2019, intensificou a queda verificada no último quadrimestre de 2018 (-1,5%)”.
Para o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), “é nítida a deterioração do desempenho industrial. Como a indústria estabelece inúmeros e distintos vínculos com outras atividades econômicas, o retrocesso de sua recuperação pode comprometer muito o crescimento do PIB como um todo”.
O IEDI destaca que o setor de bens de consumo duráveis, que chegou a crescer 7,9% no ano passado caiu -2,2% no acumulado de janeiro a abril deste ano.
Um dos fatores que o instituto aponta para a queda na produção industrial nos quatro primeiros meses do ano é o “baixo dinamismo do mercado doméstico, condicionado pelo desemprego elevado e pelo custo do crédito às famílias”. E cita o segmento de eletrodomésticos da linha marrom (-15,1%) e móveis (-7,0%), que estão no vermelho.
Outra setor apontado pelo IEDI como sinal “mais agudo” da “deterioração” da produção industrial em 2019 até o mês de abril é o de bens de capital – aqueles bens que produzem outros bens. Nos quatro primeiros meses, o setor acumula queda de -3,1%, depois de crescer 7,3% em 2018. Entre os fatores para a queda, estão “os níveis elevados de capacidade produtiva ociosa e escassas fontes de financiamento do investimento”, diz o IEDI.
“Ao lado de bens de capital, está o macrossetor de bens intermediários, com queda de -3,1% no primeiro quadrimestre de 2019 frente a igual período do ano anterior, um nível mais intenso que a indústria geral (-2,7%). A principal contribuição para este quadro vem de intermediários de alimentos (-7,4%) seguidos por celulose (-5,2%). Este macrossetor, cabe lembrar, já não tinha apresentado um resultado muito animador em 2018 como um todo (+0,2%)”, assinala o IEDI.
Quanto o recuo de -1,3% do setor bens semi e não duráveis, o instituto aponta “o desemprego muito próximo de seus patamares recordes e baixo crescimento da massa de rendimentos reais” como fatores “que têm prejudicado a evolução dos bens de consumo semi e não duráveis e que tampouco favorecem os ramos de bens de consumo duráveis”.