Míssil naval lançado do USS Coronado da Marinha dos EUA. (Wikipedia/US Navi/Zachary D. Bell)

O subsecretário do Pentágono para Pesquisa e Engenharia anunciou a rescisão do contrato de quase US$ 6 bilhões assinado com a Boeing para desenvolver um novo interceptador de mísseis balísticos.

A rescisão ocorreu devido a diversos “problemas técnicos” apresentados pelo projeto (Redesigned Kill Vehicle (RKV), conforme anúncio de Mike Griffin na quinta-feira (22).

“Os programas de desenvolvimento às vezes encontram problemas. Após termos feito as devidas diligências, decidimos que nosso caminho não seria frutífero, então não seguiremos adiante”. Encerrar o projeto foi a coisa mais responsável a fazer”, avaliou Griffin ao portal Defense News.

O programa RKV da Boeing custaria cerca US$ 5,8 bilhões (R$ 23,6 bilhões) e deveria substituir o Veículo Exoatmosférico de Matar do Pentágono, além disso, ele seria instalado em 64 futuras bases terrestres norte-americanas.

O programa RKV foi lançado em 2016. A Agência de Defesa de Mísseis (MDA, na sigla em inglês) planejava realizar o primeiro teste em 2019, no entanto, o programa foi adiado para 2025, segundo o portal Breaking Defense.

A ordem para interromper os trabalhos foi emitida já em dezembro do ano passado, depois de a Boeing e a MDA adiarem uma revisão crítica do projeto devido a problemas em “componentes críticos”.

“O departamento estabeleceu que os problemas técnicos do projeto eram tão significativos quanto insuperáveis em termos de custo”, esclareceu Griffin.

O Pentágono pode iniciar uma licitação de um novo contrato para o desenvolvimento de um projeto de míssil de próxima geração para o sistema GMD (sistema de interceptação de ogivas).

Esse não é o primeiro problema dessa ordem entre o Pentágono e seus fornecedores do chamado complexo industrial militar. O projeto do avião F-35 é outro caso dos mais destacados pelos altos custos envolvidos e pela grande quantidade e gravidade dos problemas na execução do projeto. Só um exemplo: a principal válvula de aceleração de combustível do F-35 fez com que a aeronave se movesse repentinamente e sem parar até que o motor fosse desligado. E esse é avião o militar mais moderno e mais caro dos EUA.