O presidente estadual do PCdoB-Bahia, deputado federal Davidson Magalhães, repudiou a operação Cartão Vermelho, da Polícia Federal (PF), que cumpriu mandado de busca e apreensão na residência do ex-governador Jaques Wagner (PT), na manhã desta segunda-feira (26), em Salvador. Para Davidson, a ação integra, inegavelmente, uma agenda política, com base no calendário eleitoral.

O fato de Jaques Wagner ter sido cotado para substituir Lula, em uma eventual impossibilidade de candidatura à presidência, pode justificar a ação da PF, segundo o presidente do PCdoB-BA. “É uma agenda política de desgaste da liderança [de Jaques Wagner], na medida em que vinha se apresentando como alternativa no cenário nacional”, avaliou.

Davidson ainda considerou a ação intempestiva – termo utilizado para indicar que já se ultrapassou o prazo legal. “[não se pode é] Fazer busca e apreensão quatro anos depois, na casa de um ex-governador, da forma que está sendo feita, sem um processo instaurado, sem nenhuma prova material. O que existe de novo é o esquema de possíveis delações, de possíveis fraudes. Nós repudiamos essa atitude”.

Na semana passada, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-BA) arquivou um inquérito contra Jaques Wagner, que atualmente é secretário de Desenvolvimento Econômico do estado. Wagner foi acusado pelo Ministério Público de receber vantagens indevidas da Odebrecht, na campanha eleitoral de 2010, mas o Tribunal baiano decidiu pelo arquivamento por falta de elementos que configurem crime eleitoral.

“Somos a favor de qualquer investigação dentro da legalidade constitucional, mas a agenda que está sendo construída com o Judiciário está levando a um rompimento das estruturas democráticas no Brasil. Nós vivemos um verdadeiro estado de exceção, que tem uma agenda de desmonte do Brasil e de criminalizar as principais lideranças da oposição ao governo Temer e à agenda neoliberal”, completou Davidson.

Em nome do PCdoB, o presidente estadual também prestou solidariedade ao ex-governador Jaques Wagner.