O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto

Em meio à greve dos servidores por reposição das perdas salariais e reestruturação das carreiras, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, decidiu tirar férias, em Miami, de hoje (1º) até segunda-feira (04), quando se encerram os prazos para o governo federal conceder o reajuste. Os servidores decidiram pela paralisação por tempo indeterminado.

Em grupos em aplicativos de mensagens, os trabalhadores criaram a hashtag #partiumiami, como forma de satirizar e criticar as férias de Campos Neto. “Infelizmente, nessa hora tão importante, o presidente do BC viajou de férias para Miami, o que não ajuda para encontrarmos uma solução para a crise”, disse o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Fabio Faiad. “Numa hora de importante negociação, ele deveria estar aqui”, completa.

De acordo com reportagem do Valor, a categoria recebeu mal a ausência de Campos Neto quando se intensificam as mobilizações da categoria. Internamente, os servidores comentam que ele teria ido a Miami em um momento delicado. A categoria cobra do governo um reajuste salarial de 26,3% e a reestruturação das carreiras.

Desde o dia 17 de março, a categoria tem implementado a chamada operação-padrão, adotando métodos mais criteriosos para as atividades, o que retarda as operações. Os servidores da autarquia também estão realizando paralisações todos os dias entre às 14h e 18h, o que tem atrasado a emissão de boletins e publicações importantes do BC, como parte do protesto da campanha por reposição das perdas.