“Tenho acompanhado as eleições em Israel quase desde a fundação do Estado. Sempre foi considerado um dia de celebração da democracia israelense e hoje devo dizer que não sinto a sensação de celebração. Só uma sensação de dura vergonha diante de vocês cidadãos de Israel”, afirmou o presidente israelense, Reuven Rivlin.

“Nós não precisamos de uma outra eleição com uma campanha horrível e suja como esta. Todos merecemos um governo que trabalhe para todos”, acrescentou Rivlin, numa referência a tentativas de manchar – pelo facebook – o caráter e a trajetória dos candidatos árabes, além de declarações, também via facebook, com discussões em torno de pesquisas eleitorais de última hora, de forma contrária à legislação, além de todo tipo de ataques no mínimo inadequados ao opositor principal Benny Gantz, e ainda distribuição de panfletos com informações falsas nas proximidades dos locais de votação.

Em uma entrevista dois dias antes do dia de votação, Netanyahu, questionado sobre seu indiciamento em três casos de corrupção (fraude, suborno e quebra de confiança) deixou escapar mais uma acusação leviana, desta vez contra o Judiciário israelense: “Dizem que os juízes escolhidos para me julgar são de esquerda”.

A esse respeito, o colunista do jornal israelense Haaretz, Yossi Verter, resumiu: “Em meio a uma campanha suja, Netanyahu mostra que seu verdadeiro rival é o sistema judicial”.