O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL)

O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), afirmou que a deterioração do ambiente político no país, que permeia a convocação dos atos pró-governo marcados para o dia 7 de setembro, desvia o foco dos reais problemas dos brasileiros.

“O embate das redes e das trocas de notas oficiais com afirmações e desmentidos não ajudam a encher barriga, não apoia ou acolhe quem precisa, não gera postos de trabalho, não baixa o preço do gás de cozinha ou gasolina, muito menos acelera os números de brasileiros vacinados. São essas as genuínas demandas daqueles que nos elegeram. E que nos julgarão nas urnas no ano que vem”, disse.

Em artigo no jornal “O Globo”, publicado na terça-feira (24), o parlamentar rechaçou a agenda de intrigas e defendeu o diálogo como forma de encerrar a crise política atual, além de repelir o risco de uma “aventura contra a democracia”:

“Esses problemas legítimos só são enfrentados com diálogo e articulação. E, movido pela vontade de resolvê-los ou mitigá-los, refuto qualquer possibilidade de aventura contra a democracia, destacando que a liberdade de expressão deve estar a favor de uma reconstrução nacional, e não de ataques vis. Só assim conseguiremos tratar daquilo que importa para o cidadão de carne e osso, nas grandes cidades, no sertão, no Norte muitas vezes esquecido e até no pujante cinturão do agro: a fome, a falta de oportunidades e a assistência social e de saúde fundamentais para que cada um tenha acesso a seus direitos básicos”, sublinhou.

Lira disse esperar que as manifestações dos seguidores de Bolsonaro ocorram de forma ordeira, que respeitem as instituições e não preguem nenhum ato antidemocrático.

Ele voltou a defender o estado democrático de direito e a livre manifestação nas redes sociais, mas ressaltou que “a capacidade de mobilização da internet não pode ser refúgio para bater abaixo da linha da cintura”.

Em entrevista ao programa do jornalista Roberto D’Avila, na Globonews, no fim da noite da terça-feira (24), o presidente da Câmara reafirmou que não acredita em nenhum tipo de ruptura democrática.

“Não teremos nenhum tipo de ruptura, os militares são conscientes que são protetores da Nação e não de qualquer projeto. Temos que ter autocontenção, temos feito muitas conversas e nossa função exige isso”, afirmou Lira.

“Espero que não gastemos energia administrando problemas que não têm importância na vida do brasileiro. O brasileiro comum está preocupado com a inflação, com a energia, com a alimentação. O salário mínimo foi consumido pela pandemia e temos que focar na recuperação da economia e, socialmente, para o carente”, disse.