Motoristas formam fila à espera de combustível. Nos postos visitados, apenas havia diesel S10.

O litro do diesel alcançou novo patamar recorde na semana encerrada sexta-feira (20), com preço médio nos postos passando de R$ 6,847 para R$ 6,943. É o maior valor desde que a Agência Nacional de Petróleo (ANP) começou a fazer o levantamento semanal de preços, em 2004. E a quinta semana consecutiva que o combustível sobe, reflexo da política de atrelar os preços ao dólar e do aumento nas refinarias promovido pela Petrobrás com o apoio e leniência do governo Bolsonaro.

O aumento nas bombas desta semana representa uma alta de 1,4%. Apenas em 2022, o preço do diesel nas bombas já acumula aumento de 29,84%. Os sucessivos reajustes dos combustíveis, sem deixar de fora a gasolina, o etanol e o gás, levaram a inflação a disparar ao ponto de ter atingido o maior patamar dos últimos 26 anos. Encarecendo o frete e a produção, os preços na lua também contribuem para a carestia generalizada, à medida que faz com que alimentos e produtos cheguem mais caros aos consumidores.

O litro médio da gasolina nesta semana ficou com na média de R$ 7,275 segundo dados da ANP. No ano, a gasolina subiu 9% nos postos.

Segundo a ANP, o preço médio do GNV (gás veicular) passou de R$ 5,265 para R$ 5,258 nas duas últimas semanas. Já o preço médio do GLP (gás de botijão) ficou em cerca de R$ 112,89 – mas, na prática, as famílias estão pagando até R$ 160 para cozinhar em casa.

Temendo o aumento de sua rejeição em um ano eleitoral e uma nova edição da greve dos caminhoneiros que parou o país em 2018, Bolsonaro continua tentando transferir a culpa do preço dos combustíveis para os impostos estaduais ou para o conflito na Ucrânia.

Enquanto diz que não vai tabelar preços ou mudar a política da Petrobrás, o presidente tenta aprovar um projeto de lei que limita a arrecadação de importantes impostos para a arrecadação dos estados e municípios, essenciais em serviços básicos para a população de baixa renda, como o ICMS sobre combustíveis e energia.

O ICMS está congelado desde o ano passado, por iniciativa dos governadores, já os produtos e serviços monitorados pelo governo federal continuam em disparada, como a conta de luz e o gás de cozinha.