Manuela d'Ávila, pré-candidata a prefeita de Porto Alegre, entrevistou Olívia Santana, que vai disputar em Salvador, para o programa Feminismo é

Reportagem do site Universa destaca duas lideranças do PCdoB entre as mulheres com boas chances de vencerem eleições nas capitais neste ano: Manuela D’Ávila disputará a Prefeitura de Porto Alegre (RS), enquanto Olivia Santana (BA) se candidatará em Salvador (BA). Segundo  o site, apenas 19 das 26 capitais já tem mulheres pré-candidatas. “Até agora, são 30 nomes femininos que aparecem no horizonte político das eleições de outubro para ocupar a prefeitura de uma capital”, diz o site. O número ainda é inferior ao de 2016, quando houve 36 candidatas a prefeita desses municípios.

Para 2020, além de Olívia e Manuela, o PCdoB tem mais duas pré-candidaturas femininas em capitais:  Germana Pires, em Palmas [foto à esquerda] e Janaína Deitos, em Florianópolis (SC) [foto abaixo] Se forem eleitas em outubro, se tornarão as primeiras mulheres do PCdoB a governarem capitais no País.

Na avaliação do site Universa, o cenário é especialmente favorável para Olívia e Manuela.

“A ex-deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) lidera as pesquisas de intenção de voto em Porto Alegre”, lembra o site. “Levantamento realizado pelo Instituto Methodus e divulgado pelo jornal Correio do Povo em dezembro mostrou a vice de Fernando Haddad (PT-SP) nas eleições de 2018 em primeiro lugar, com 16,5% das intenções, seguida pela deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), outra pré-candidata, com 10,2%.”

Na eleição em Salvador – “que tem 80% da população formada por pretos e pardos” –, o Universa frisa a “mobilização da esquerda” para quebrar uma “barreira histórica”: a capital baiana jamais teve um prefeito negro. Tudo pode mudar em 2020, graças às “mulheres negras com nomes de prestígio” que devem ir à disputa. “Pelo PCdoB, a pré-candidata é a deputada estadual Olivia Santana, também militante pelos direitos das mulheres negras e fundadora da Unegro (União de Negros Pela Igualdade), entidade nacional com a pauta da igualdade racial, de gênero e de classe”, informa o site.

O partido já elegeu mulheres para o Executivo de cidades médias e grandes, com destaque para os dois mandatos de Luciana Santos (2001-2004 e 2005-2008), atual presidenta nacional da legenda, à frente da Prefeitura de Olinda (PE). Em capitais, Nádia Campeão teve o cargo mais notório do PCdoB até hoje: foi vice-prefeita de São Paulo de 2013-2016, na gestão Fernando Haddad (PT).

A preparação das atuais pré-candidatas comunistas às câmaras municipais e às prefeituras é um dos temas a serem debatidos na 3° Conferência Nacional do PCdoB sobre Emancipação da Mulher, de 22 a 24 de maio, em São Paulo. Segundo Angela Albino, secretária nacional da Mulher do Partido, as etapas regionais da Conferência precisam servir, entre outros fins, “para que mais mulheres se entusiasmem para vir para o PCdoB e para a vida política. Não tem democracia se não tiver mulheres na política”.

Quadro atual

Desde 1932, as mulheres têm o direito de votar – e de se serem eleitas – no Brasil. Mas, passados 88 anos da conquista do voto feminino, apenas três das 26 capitais estaduais do País são comandadas por prefeitas: Teresa Surita (MDB-RR), em Boa Vista; Cinthia Ribeiro (PSDB-TO), em Palmas; e Socorro Neri (PSB-AC), em Rio Branco. Ainda assim, Teresa foi a única eleita diretamente para o cargo, em 2016.

Por André Cintra