Ex-porta-voz do governo, general Otávio Rêgo Barros | Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom

O governo Bolsonaro oficializou, na quarta-feira (7), a exoneração do general Otávio Rêgo Barros do cargo de porta-voz da Presidência. A demissão foi comunicada no Diário Oficial, com assinatura de Braga Netto, ministro da Casa Civil.

O general não foi remanejado para nenhum outro cargo do governo.

Rêgo Barros foi general de divisão do Exército até julho de 2019, quando passou para a reserva. Ele também já chefiou o Centro de Comunicação Social do Exército.

O ex-porta-voz se formou na Academia Militar das Agulhas Negras em 1981, serviu no Haiti e atuou na Cooperação Militar Brasileira no Paraguai.

Rêgo Barros comandou a força de pacificação nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, e a segurança da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em 2012.

O general foi um dos principais responsáveis pela ampliação do uso das redes sociais para divulgar informações do Exército e posicionamentos do comandante.

Além disso, já foi assessor da antiga Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), onde participou da organização do livro Desafios Estratégicos para a Segurança e Defesa Cibernética.

No primeiro ano do governo Bolsonaro, o general Rêgo Barros era responsável pelo relacionamento com a imprensa e detalhar as decisões e atividades do governo.

A fritura de Rêgo Barros começou nos primeiros meses de 2020, quando o general já estava escanteado e sem função. As entrevistas coletivas que ele participava pararam de acontecer antes mesmo que fosse anunciada a recriação do Ministério das Comunicações, em agosto.

O isolamento de Barros era comentado nos bastidores desde fevereiro. Algumas fontes dizem que Bolsonaro nutriu repulsa a Rego Barros por este insistir em fazer ponte para dialogar com a imprensa. Mas em se tratando de Bolsonaro outros fatores podem ter contribuído.

O presidente Jair Bolsonaro tratou ao assunto com deboche no dia 3 de fevereiro em reunião na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), num encontro com o presidente da entidade empresarial, Paulo Skaf.

Bolsonaro ironizou a situação de Rego Barros (sem se referir a ele diretamente) e elogiou supostas habilidades de Paulo Skaf para a função de porta-voz.

“O Paulo Skaf já conseguiu um emprego no meu governo: porta-voz. Ele tocou em todos os pontos do meu discurso”, disse na ocasião.

Nos últimos meses, Barros estava subordinado à Secretaria de Governo.

No começo de maio, Rêgo Barros contraiu Covid-19, mas já se recuperou.