Policiais junto ao carro jogado contra barreira de segurança do Congresso dos EUA.

Um policial morreu e outro ficou ferido depois que o motorista jogou seu veículo sobre eles em frente a um dos controles de acesso ao Capitólio, sede do Congresso dos Estados Unidos, em Washington, na sexta-feira (2).

Yogananda Pittman, chefe interina da polícia do legislativo, afirmou em coletiva de imprensa que o agente William F. Evans, veterano com 18 anos de serviço, não resistiu aos ferimentos, e confirmou que o motorista também foi morto por tiros de outros policiais ao sair do carro empunhando uma faca para afrontá-los

O atacante foi identificado pela imprensa local como Noah Green, de 25 anos, mas as autoridades declararam que não se sabe se o homem tinha algum alvo específico na ação; se ele queria invadir o prédio, atropelar policiais ou atingir alguma outra pessoa. Porém, assinalaram que o evento, a princípio, não teria relação com terrorismo.

Imagens de televisão mostraram o carro azul colidindo com a barreira de segurança em uma das ruas que levam ao Congresso. Desde o ataque de 6 de janeiro ao Capitólio, as autoridades temiam novas agressões e ergueram uma barreira e fecharam um amplo perímetro em torno dele, mas nos últimos dias começaram a reduzir a área cercada e abrir o tráfego.

“Esta tem sido uma época extremamente difícil para a polícia do Capitólio depois dos eventos de 6 de janeiro, e agora com o que aconteceu aqui hoje”, desabafou Pittman.

Os investigadores estão apurando se o criminoso tinha algum transtorno mental ou se encontram algum indício sobre a motivação do ataque. Para isso, as autoridades vão pedir quebra do sigilo dos dados do homem na internet e nas redes sociais.

Robert Contee, chefe da Polícia Metropolitana de Washington, disse que não há uma “ameaça em curso”, mas, mesmo assim, o Congresso, junto com outros prédios do governo vizinhos, foi fechado, blindado e colocado em alerta máximo.

Noah Green vinha fazendo postagens que o revelavam em uma crise psicológica. Em uma delas se disse escolhido por Deus diante da “crise de Covid, desemprego, dívida nacional crescente, divisão da esfera política, rumores de guerra e coisas assim…”; em outra postagem fala do “fim dos tempos” e em uma terceira diz que estaria passando “pelos maiores e inimagináveis testes” na sua vida e que estaria “atualmente desempregado depois de haver deixado o emprego, em parte devido a aflições”.

O atropelamento ocorreu três meses após a violenta invasão desse local por grupos fascistas açulados pelo ex-presidente Trump na tentativa de golpe contra a transição presidencial que levaria o seu sucessor eleito, Joe Biden, à presidência dos Estados Unidos.