Dois policiais do Capitólio acusam ex-presidente de estar por detrás do ataque que deixou cinco mortos

Dois policiais do Capitólio, Congresso dos Estados Unidos, estão processando o ex-presidente Donald Trump por ter incitado ao violento ataque e invasão ao Congresso ocorrido no dia 6 de janeiro.

Da invasão pela turba turmpista resultou que o policial Brian Sicknick foi assassinado e dezenas de agentes ficaram feridos. Quatro dos invasores também morreram.

Ao apresentarem a ação em um tribunal federal em Washington nesta terça-feira (30), denunciam terem sofrido “ferimentos físicos e psicológicos” nos confrontos que, ressaltam, foram estimulados por Trump. O republicano estava em seus últimos dias na Casa Branca e se negava a reconhecer a vitória de Joe Biden que seria sacramentada pelo Congesso naquela data e foi adiada por várias horas.

“Os insurgentes foram estimulados pelo comportamento de Trump, que ao longo de vários meses levou os seus seguidores a acreditar em sua falsa alegação de que estava prestes a ser retirado à força da Casa Branca por causa de uma grande fraude eleitoral”, destaca o processo. Os policiais alertam que foi por meio de sua “turba de insurgentes, que Trump inflamou, encorajou, estimulou, dirigiu, incitou, entrou à força e passou por cima dos demandantes e seus colegas, os perseguindo e atacando”.

Blassingame, um policial afro-americano com 17 anos de serviços ao Capitólio, explicou ter sido ferido na cabeça e nas costas, sofrendo de sequelas psicológicas após o ataque. Também lembrou que foi alvo de agressões racistas por parte dos seguidores do ex-presidente.

Trabalhando há 11 anos na sede do Congresso, Hemby foi ferido nas mãos e joelhos após ser pressionado contra as portas do Capitólio. Também teve o rosto e o corpo queimado por produtos químicos durante o ataque.

Os dois policiais reivindicam compensações de pelo menos US$ 75.000 cada, assim como um valor não revelado por danos punitivos.

Em defesa dos agressores, o ex-presidente mentiu que os seus apoiadores estavam “abraçando e beijando” agentes da polícia e representavam “zero ameaça” durante as manifestações. “Foi zero ameaça, desde o começo, foi zero ameaça. Olha, eles entraram, eles não deveriam ter feito isso. Alguns deles entraram e eles estavam abraçando e beijando os policiais e os guardas, você sabe, eles tinham uma ótima relação. Muitas pessoas foram chamadas para dentro, e elas entraram e saíram”, declarou o republicano em entrevista à Fox News.