'Se não negociar, o sistema vai parar', afirmavam os manifestantes da segurança pública.

Servidores de segurança pública – policiais militares, agentes penitenciários e bombeiros – de Minas Gerais rejeitaram, em assembleia na noite de segunda-feira, a proposta do governo do Estado de reajuste salarial, pagamento de ajuda de custo e das férias-prêmio.
A assembleia ocorreu após um dia inteiro de protesto, que levou milhares de servidores à Cidade Administrativa de Belo Horizonte.
Em uma negociação que durou mais de cinco horas entre as entidades dos servidores e o governo, com a participação de oito deputados ligados aos funcionários, o governo chegou a reconhecer as pernas salariais de 28,68% reivindicadas pela categoria e afirmar que o governo faria a reposição imediata. Mas, depois de consulta ao governador Romeu Zema (Novo), os planos mudaram.
A proposta do governo é iniciar a recomposição das perdas inflacionárias a partir de setembro do ano que vem e prosseguir dividindo o reajuste até 2023.
O governo também anunciou que o parcelamento dos salários ainda deve permanecer até dezembro, e o parcelamento do 13º salário em três vezes.
A categoria reivindica o pagamento imediato de um reajuste de 16%, relativo às perdas. E mesmo aceitando o parcelamento do restante, o prazo estipulado pelo governo para início da reposição (setembro de 2020), é considerado inaceitável pela categoria.
Participaram da reunião com o governo, os presidentes de 15 sindicatos e associações.
A categoria promete nova mobilização para a próxima quinta-feira (19), onde esperam a participação de cerca de 20 mil servidores.
“A proposta é inaceitável. Estamos esperando há 4 anos e meio, não vamos ficar mais um ano”, afirmou o tenente-coronel Domingos Sávio de Mendonça, que é oficial reformado. “A solução é a paralisação”, disse.