O PCdoB realizou, na noite desta segunda-feira (5), a 8ª Plenária Nacional sobre Saúde, que debateu o agravamento da pandemia, o panorama do SUS e os desafios da defesa da vida e da saúde neste cenário. Ao todo, cerca de 260 lideranças de todos os estados participaram do evento, realizado via plataforma digital, e 25 fizeram uso da palavra.

Na avaliação de Ronald Ferreira dos Santos, coordenador da Comissão Nacional de Saúde do PCdoB, “a plenária foi vitoriosa”, por seu alcance e profundidade, e teve o papel de, além de atualizar sobre o quadro político e sua influência na saúde, “reforçar ações que o PCdoB tem realizado nas mais diferentes áreas, deixando-as mais evidentes”.

O evento contou com intervenções da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ); da secretária nacional de Movimentos Sociais do PCdoB, Liège Rocha; da presidenta da UBM e membro do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Vanja Andrea Santos e de Vitória David, da UJS, que também compõe o CNS.

Enfrentamento à pandemia

Durante a plenária, foram debatidas questões diretamente relacionadas ao trabalho dos comunistas nas diferentes frentes de atuação — governos, parlamentos e movimentos sociais — em defesa da vida, da saúde e do SUS e na luta contra o negacionismo e a negligência do governo Bolsonaro, que têm agravado ainda mais os efeitos da pandemia no Brasil, resultando na pior crise humanitária já vivida pelo país.

Uma das questões colocadas foi a necessidade da Frente Ampla. “Para atravessar essa tempestade, a questão política tem centralidade, funcionando como vértice das soluções para o sofrimento do povo em torno de uma agenda concreta que nós, junto com outras forças, vamos construindo”, explica Ronald.

Outro ponto importante abordado foi a luta pela quebra de patentes da vacina, que tem sido defendida pela bancada do PCdoB na Câmara e por outros partidos do campo popular e de esquerda, uma maneira de garantir que os imunizantes sejam considerados um bem público e universal, ao alcance de todos.

O evento também trouxe à tona a importância dos movimentos sociais na luta por agendas prioritárias como a vacina, o fortalecimento do SUS, o auxílio emergencial de R$ 600 e a questão política mais geral que engloba a defesa da democracia e o “Fora Bolsonaro”. Esses temas ganham especial relevância no neste mês, com o Dia Mundial da Saúde (7 de abril), quando ocorrerão atividades em defesa dessas bandeiras.

Defesa do SUS

Também foi colocada em pauta a luta pelo fortalecimento do SUS e contra seu subfinanciamento, sob a perspectiva democrática e de amplo atendimento à população que formam a base do sistema. Neste sentido, aponta Ronald, ganha especial importância a questão da democracia participativa, a possibilidade de diferentes setores da sociedade influenciarem nos rumos do SUS por meio dos conselhos. “Temos feito um esforço para fortalecer esses espaços, dada sua importância especialmente nas comunidades. É preciso ganhar a disputa sobre os grandes temas nacionais também nos territórios e permitir que a população receba proteção do sistema e isso se dá nos territórios”.

O dirigente defendeu a urgência de buscar o fortalecimento do SUS. “Isso passa não pelo mercado tomando conta, como querem alguns que sugerem, inclusive, que as empresas privadas comprem a vacina, mas sim garantindo o financiamento para fortalecer aquilo que há de mais poderoso no Sistema que é atenção básica, a possibilidade de estar no território, a sua condição de atendimento universal, de priorizar aqueles que mais precisam através da equidade, que está em seus princípios”. E para isso, defende Ronald, “é preciso, primeiro, a decisão política de compreender que esse é um modelo que precisa ser fortalecido. E para dar materialidade a essa decisão política, é preciso orçamento. E o que a gente assiste é o Bolsonaro, no pior momento da pandemia, construindo um orçamento para 2021 nos patamares de 2017. Essa é a expressão do seu compromisso com a vida e com o povo”.

Ronald também destacou o uso sistemático da mentira por Bolsonaro e seus ataques aos governos locais. “É uma manobra escandalosa, feita via fake news, que busca responsabilizar exclusivamente governadores e prefeitos por questões como a vacina, o distanciamento social e o enfrentamento às mazelas sociais” e, por outro lado, entregar “a falsa proteção via medicações sem eficácia”, diz. “Esse é o modus operandi desse governo: apostar na mentira, na anti-ciência, na negação”, completa. E ressalta: “é uma situação dramática porque são mentiras que têm como consequência centenas de milhares de mortos”.

 

Por Priscila Lobregatte