“Esse plano de demissão é parte do processo de desmonte dos Correios e da redução do seu papel social”, afirmou a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios (FINDECT) sobre o novo Plano de Demissão Incentivada (PDI) anunciado pela empresa, na sexta-feira (4), que pretende desligar 14 mil trabalhadores.

“A direção da empresa está sendo duplamente criminosa, por ampliar o desmonte com mais demissões e ao lançar o plano junto com mais um ataque aos benefícios dos trabalhadores, para levá-los ao desânimo e ao impulso de aderir ao PDI”, afirma a entidade.

O anúncio do PDV, que se dá no momento em que o governo anuncia que os Correios é uma das estatais que pretende privatizar em 2021, “é mais um lance da estratégia desse governo, de enfraquecer a atuação dos Correios e piorar a qualidade da prestação dos serviços para liberar o mercado para as empresas privadas, diminuir e baratear a empresa e ganhar o apoio da população para a privatização”, afirma a federação.

“O PDI trará obviamente um impacto negativo na prestação dos serviços, e aumentará a pressão e a sobrecarga de trabalho para os empregados que ficam. Além disso, é mais uma tentativa de diminuição dos Correios. É preciso repor o quadro já defasado de funcionários. Diminuí-lo ainda mais é um crime”, afirma José Aparecido Gandara, presidente da FINDECT.

A entidade denuncia ainda a gravidade dessas demissões acontecerem em um momento de crise sanitária causada pelo coronavírus, e no mercado de trabalho abalado pelo desemprego recorde, e ainda ressalta que a estatal registra “o 4° ano consecutivo de resultados positivos.”

“Mesmo nesse quadro de caos para a população, a equipe econômica de Bolsonaro e Guedes tem implantado Planos de Demissão Incentivada (PDI) como mecanismo para esvaziar as estatais, que eles querem privatizar ou liquidar a qualquer custo para favorecer os empresários”, diz a nota da entidade.

Ressaltando que os Correios, como estatal, é a única empresa que chega a todas as residências do país, a FINDECT defende ainda a importância estratégica e de desenvolvimento econômico dos Correios.

Para o Secretário geral da FINDECT e Presidente do SINTECT-RJ, Ronaldo Martins, “a ECT nasceu com uma posição estratégica, da defesa do serviço social e de soberania nacional para gerar um resultado positivo para a sociedade brasileira, e a cada ano os números registram isso”, disse.

Na nota, a entidade convoca os trabalhadores a resistirem e se coloca ao lado deles para “lutar em defesa do emprego, dos direitos e dos Correios estatais”.