Bolsonaro admitiu que quer se desfazer da maior empresa brasileira, a Petrobras, responsável pela descoberta de uma das maiores reservas de petróleo do mundo, o pré-sal. Ele disse nesta terça-feira (31) que Petrobras deve ser “fatiada” e vendida.

O entreguista quer alienar, não só a empresa, mas todo o petróleo brasileiro, que, calcula-se, em mais de 100 bilhões de barris. De preferência para os Estados Unidos. Ele já ofereceu a Amazônia para um bilionário americano. O apátrida diz que a empresa “não cumpre a função social estabelecida pela Constituição.”, quando é ele que não cumpre a Constituição, que, em seu artigo 20, diz que o petróleo pertence ao povo.

Comporta-se como se não tivesse nada a ver com a política de seu governo de destruição da Petrobras. Uma política que já vem sendo aplicada desde antes de sua posse e agravada com ela. A petroleira vem sendo criminosamente fatiada e vendida criminosamente pelas diretorias indicadas por ele. Foram R$ 263 bilhões de venda de ativos, sem licitação – gasodutos, BR Distribuidora, refinarias, etc. A dolarização foi oficializada com Temer e mantida pelo atual governo.

O Brasil era autossuficiente em produção de combustíveis. Agora, depois dessa destruição toda, patrocinada por este governo, depende de importação de 20% de seu consumo interno. Mesmo produzindo dentro do Brasil 80% do que consome a um preço mais barato, o governo Bolsonaro obriga a Petrobras a cobrar tudo como se fosse importado. Faz isso para atender aos importadores. Se ele quisesse, mudava essa política, mas não faz. A culpa é dele.

Bolsonaro prefere tirar o corpo fora e dizer que não tem nada com isso e que a culpa é da empresa. “A privatização da Petrobras leva no mínimo quatro anos. É uma ideia a gente fatiar a Petrobras. Realmente não está dando certo [do jeito que está] atualmente”, afirmou. Quem não está dando certo é o seu governo. Foi ele que dolarizou tudo. Não é só a gasolina que está cara, é a comida, é a conta de luz, o aluguel. É o aumento generalizado dos preços. O povo já apontou que a inflação é o principal problema do país.

Mas Bolsonaro não faz nada. Ele só passeia. E agora confessa que não cumpre o que a Constituição determina. Ela diz que o petróleo deve beneficiar o povo brasileiro. Ele nomeia diretores que beneficiam centralmente os acionistas estrangeiros e, agora, fala em privatizar para entregar de vez a empresa aos estrangeiros. “Apesar de estar na Constituição o seu caráter social, [a Petrobras] não aplica [o caráter social]. Ela tem um lucro fenomenal, não se compara percentualmente com outras petrolíferas do mundo todo”, aponta. Pois é. Seus diretores é que fazem isso.

“Tivemos inflação em 2014 e 2015. […] Teve um momento que ela [Dilma Rousseff] pediu para o pessoal comer ovo. [No] Brasil está menos grave do que no mundo todo, porque aqui não tem desabastecimento. Fui à Rússia negociar os fertilizantes com [Vladimir] Putin. Na semana passada, chegaram 26 navios”, disse Bolsonaro. Não adianta nada. Os preços continuam, a subir. Aí ele diz que a culpa é dos outros. Que antes se comia ovo. É verdade, mas, agora, nem ovo está se comendo no país. Por isso, Bolsonaro tem alta rejeição, detectada nas pesquisas de opinião.

Ele destruiu os estoques reguladores de alimentos, dolarizou tudo. Não foi só a gasolina. Até os aluguéis foram reajustados pelo dólar. Os grãos todos passaram a ser vendidos ao povo pelo mesmo preço que o produtor obtinha em dólar, a carne, o frango, tudo virou commodities e o povo foi aumentando a sua fome. Não houve nenhum controle por parte do governo. O resultado é que, segundo o IBGE, 19 milhões de brasileiros estão passando fome e 100 milhões estão em insegurança alimentar, ou seja a qualquer momento podem deixar de comer.