O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles

A Procuradoria-Geral da República (PGR) recebeu dois pedidos de abertura de inquérito contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, por ter circulado em lugares com aglomeração oito dias depois de ter testado positivo para Covid-19. Em um evento, Salles chegou a discursar sem máscara.

A orientação do próprio Ministério da Saúde é de que os contaminados devem permanecer isolados por pelo menos 14 dias para não transmitir o vírus para outras pessoas.

O deputado federal Elias Vaz de Andrade (PSB-GO) entrou com uma “notícia-crime” contra o ministro de Bolsonaro. Para ele, a atitude de Ricardo Salles foi criminosa ao expor outras pessoas ao risco de serem contaminadas e ao desrespeitar medidas sanitárias de prevenção.

“A quebra do período de isolamento e exposição à possibilidade de transmissão dos participantes do ato público no estado de convalescência do representado ao novo coronavírus tipifica perfeitamente o crime descrito no Código Penal”, disse Elias Andrade.

“Não resta dúvida que o representado praticou as condutas típicas e antijurídicas previstas no Código Penal, mais especificamente as correspondentes a de Perigo para a Vida ou saúde de outrem (art. 132 do CP), Infração de medida sanitária preventiva (art. 268 do CP)”, explicou o deputado.

O outro pedido de abertura de inquérito foi apresentado pelo deputado Alexandre Padilha (PT-SP). Para ele, “além de querer passar a boiada na destruição das leis ambientais, o ministro Ricardo Salles parece querer passar Covid-19 para todos que encontra, crime sanitário explícito que precisa ser impedido”.

Na terça-feira (23), Ricardo Salles participou de um evento organizado pela Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) e discursou sem usar máscara.

A FPA disse que não sabia que o ministro tinha testado positivo para coronavírus, pediu desculpas aos convidados e os orientou a prestarem atenção em possíveis sintomas.

“A Frente Parlamentar da Agropecuária informa que não tinha conhecimento sobre o quadro acima e pede que os convidados da reunião desta terça-feira (23/02) monitorem quaisquer sintomas. Pedimos desculpas por qualquer transtorno e seguimos à disposição para qualquer esclarecimento”.