PF diz que assessores entregaram celulares a Daniel Silveira na prisão
A Polícia Federal entregou um relatório ao Supremo Tribunal Federal (STF) afirmando que câmeras flagraram o deputado Daniel Silveira (PSL-SP), preso por ter ameaçado os ministros da Corte, recebendo dois celulares de seu assessor dentro da prisão.
Após analisar as imagens das câmeras, a PF disse que “ficou explícito que houve conluio entre o deputado e seus assessores”.
Durante conversa com seu assessor e seu advogado, na sala de visitas da Superintendência da Polícia Militar do Rio, Daniel Silveira recebeu os aparelhos e escondeu na calça.
“As imagens também deixam evidente a participação do próprio deputado federal Daniel Lúcio da Silveira, […] já que o custodiado recebe os aparelhos das mãos de seus assessores, sendo um deles o responsável pela cautela dos mesmos, e os esconde em sua calça, antes de retornar para o alojamento, onde estava preso, de forma a cuidar para que nenhum policial o visse”.
“As imagens das câmeras de vigilância […], que foram devidamente analisadas, com o auxílio de outros policiais deste mesmo setor (Informações Policiais acostadas nos autos), não deixam dúvidas acerca da autoria da entrada e entrega dos aparelhos celulares apreendidos”, afirmou a PF em seu relatório.
Daniel Silveira está tentando se defender afirmando que os aparelhos já estavam em sua posse quando foi preso e a PF que deixou de apreendê-los, mas as imagens mostram que um dos assessores, Mario Sergio, estava com o celular antes mesmo de se reunir com o deputado encarcerado. Esse foi o argumento que ele usou em depoimento na PF no inquérito que investiga os celulares dentro da sua cela.
Outro assessor, Pablo Diego, “chegou a dizer que o próprio deputado teria entrado na custódia com os dois aparelhos, na noite de sua prisão em flagrante, o que ficou constato ser inverídico, já que as imagens comprovam que os aparelhos estavam na posse dos assessores e foram repassados por eles, durante duas audiências, de caráter sigiloso, com o advogado André Benigno, ocorridas na manhã e na tarde do dia seguinte”, continua o relatório.
A análise das imagens aconteceu por conta do inquérito aberto depois que os aparelhos foram apreendidos dentro da sala em que Daniel Silveira estava preso. Ele foi transferido para um Batalhão da PM.
O STF determinou a prisão de Daniel Silveira depois que ele publicou um vídeo xingando e ameaçando os ministros da Corte. A Câmara autorizou a continuidade da prisão por 364 votos contra 130. E o plenário do STF avalizou por unanimidade a prisão determinada pelo ministro Alexandre de Moraes.