Petroleiros de todo o país reagiram com protestos e paralisações às ameaças do governo Bolsonaro de privatizar a Petrobras. Além de um ato nacional em frente ao Edifício Senado, no Centro do Rio de Janeiro, que reuniu as representações sindicais da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), nesta quinta-feira (2), os trabalhadores realizaram manifestações nas unidades operacionais da empresa em vários estados e atrasos e paralisações no início do expediente nas bases do Sistema Petrobras.

O local onde ocorreu a principal manifestação, no Rio, é a atual sede da Diretoria Executiva da Petrobras, que autorizou o Conselho do Programa de Parcerias e Investimentos da empresa a avaliar o pedido do governo de inclusão da estatal no programa de privatizações.

Os atos também marcaram a campanha do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). Além do reajuste salarial, com recomposição da inflação e de perdas nos últimos anos, da luta contra a privatização da Petrobras, os trabalhadores também cobram solução para as diversas pendências das últimas campanhas reivindicatórias.

Os petroleiros anunciaram que, caso Bolsonaro leve adiante a tentativa de privatizar a Petrobras, vai se deparar com a “maior greve da história” do país.

“Vocês verão a maior greve da história da categoria petroleira se ousarem colocar a privatização da Petrobras em pauta. Desde dezembro do ano passado, estamos em estado de greve permanente, aprovado pelos trabalhadores e trabalhadoras da empresa”, alertou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.

“A categoria sabe que, se a privatização da Petrobras for apresentada ao Congresso Nacional, todas as pessoas, tanto da ativa — e estou falando das áreas administrativas e operacionais — quanto aposentados e pensionistas, serão atingidas, sem falar na sociedade. Temos o exemplo da Bahia, a Rlam foi privatizada e criou-se um monopólio regional privado. Por este motivo, nós temos hoje a gasolina e o diesel mais caros do Brasil”, disse.

Durante o ato, Bacelar também se referiu aos altos preços dos combustíveis, afirmando que “é o governo federal, como acionista majoritário, que pode mudar a política de paridade de preços, principal responsável pelos constantes aumentos dos preços dos combustíveis e botijões de gás de cozinha e que vem levando o povo brasileiro cada vez mais à miséria. Bolsonaro e seus aliados preferem enriquecer os acionistas a dar o mínimo de condição de sobrevivência à população mais pobre. Ninguém aguenta mais essa situação”, ressaltou.

Além do ato principal no Rio, os petroleiros fizeram manifestações e paralisações nas unidades da Bacia de Campos (RJ), na Refinaria Duque de Caxias (REDUC/RJ), e no Terminal Aquaviário da Baía da Guanabara (TABG/RJ). Em São Paulo, nas refinarias Presidente Bernardes, de Paulínia, e Henrique Lage, entre outras unidades do estado. Também aconteceram manifestações nas refinarias Isaac Sabbá (REMAN/AM), Lubrificantes, e Derivados do Nordeste (LUBNOR/CE), Mataripe (RLAM/BA), no Terminal da Transpetro em Suape (PE), em Taquipe (BA), na UTGC de Linhares (ES), na Gabriel Passos (REGAP/MG), na Alberto Pasqualini (REFAP/RS) e no Terminal de Osório (TEDUT/RS).

Na sede da UO-AM (EDIMAN), na Unidade de Operações de Exploração de Sergipe e Alagoas (UO/SEAL), e em Carmópolis (SE), também ocorreram atos e paralisações.

EDIÇÃO: Guiomar Prates