A deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB-AC) defendeu nesta terça-feira (29) a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as denúncias de corrupção envolvendo a liberação de verbas do Ministério da Educação e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Mesmo após pedido de demissão do ministro da Educação, Milton Ribeiro, que ficou sem espaço para continuar no comando da pasta após o vazamento de áudio que traz revelações bombásticas e envolve o presidente Jair Bolsonaro (PL), deputados e senadores continuam defendendo a investigação do escândalo.

Segundo a vice-líder da Oposição, o momento exige a abertura urgente de uma CPI para que a “roubalheira” seja apurada. “Como podemos aceitar que o Ministério da Educação esteja montando um esquema em que a propina exige inclusive quilos de ouro?”, questionou Perpétua.

Em pronunciamento no plenário nesta terça-feira (29), a deputada lembrou que a própria bancada evangélica, que sempre teve uma postura de alinhamento com o governo, se posicionou contrariamente ao que alguns pastores estão fazendo no MEC.

A saída do ministro do cargo ocorre depois de vir à tona um esquema de favorecimento de religiosos ligados a Bolsonaro na distribuição de verbas do ministério para municípios.

“O ministro acabou de cair exatamente por essa corrupção dentro do ministério. Mas essa situação vai continuar? Qual é o envolvimento de Bolsonaro nisso? O que o presidente sabe sobre esse esquema de corrupção no Ministério da Educação, envolvendo propina em dinheiro e propina em ouro?”, indagou.

Perpétua lamentou que, enquanto o esquema de corrupção sangra o dinheiro que deveria ser destinado ao ensino, falta internet nas escolas, faltam livros, cadernos e merenda escolar para as crianças.

CPI

Outros deputados usaram a palavra para reforçar a importância de uma CPI na Câmara para investigar o caso. Milton Ribeiro deve ser ouvido na próxima quinta (31) pela Comissão de Educação do Senado, onde já foi protocolado um requerimento para a abertura de CPI com objetivo de apurar as irregularidades no MEC.

 

Por Walter Félix

 

(PL)