Zhao Lijian, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, denuncia ‘padrões duplos’ dos EUA.

A China se opõe fortemente a novas sanções dos EUA impostas a três empresas chinesas e tomará contramedidas para salvaguardar resolutamente os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas, disse o porta-voz do Ministério do Comércio chinês (MOFCOM) no sábado (22).

As empresas atingidas pelas sanções dos EUA, sob alegação de envolvimento em “proliferação de tecnologia de mísseis não especificadas”, são a Primeira Academia da China Aerospace Science and Technology Corporation (CASC), à Quarta Academia da China Aerospace Science and Industry Corporation (CASIC) e à Poly Technologies Incorporated (PTI), segundo anúncio do Departamento de Estado.

O porta-voz do ministério sublinhou que as sanções dos EUA foram aplicadas às três empresas chinesas “sem qualquer base factual”, prejudicando seriamente os interesses das empresas de ambos os países e perturbando a ordem econômica e comercial internacional. Ainda, “ameaçando a segurança e a estabilidade da cadeia industrial global e da cadeia de suprimentos, que é prejudicial à recuperação e desenvolvimento da economia mundial”.

Na sexta-feira, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, também criticou a “prática típica de bullying” e os padrões duplos dos EUA.

“O governo chinês se opõe consistentemente à proliferação de armas de destruição em massa (WMDs) e seus meios de lançamento. A cooperação normal da China com os países relevantes não viola nenhuma lei internacional nem envolve a proliferação de armas de destruição em massa”, disse Zhao em entrevista coletiva.

Ele também destacou os padrões duplos flagrantes dos EUA em não-proliferação nos últimos anos.

“Além de ser conivente e apoiar o desenvolvimento de mísseis e tecnologias relacionadas de seus aliados, também planeja vender para a Austrália mísseis de cruzeiro Tomahawk, capazes de transportar ogivas nucleares e ter um alcance de voo de até 2.500 quilômetros”, assinalou.

“Os Estados Unidos devem refletir seriamente sobre seu histórico de não proliferação e política de comércio de armas”, disse também Zhao, acrescenta que Washington “não está em posição de fazer comentários indecentes sobre a cooperação normal de comércio de armas de outros países.”

“A China pede aos EUA que corrijam imediatamente seus erros, revoguem as sanções relevantes e parem de suprimir as empresas chinesas e difamar a China”, concluiu.