Pequim denuncia EUA por tentar usar Assembleia da OMS para ferir o princípio da unidade do país

A Rádio China Internacional (RCI) denunciou que os Estados Unidos, diante da 74ª Assembleia Mundial da Saúde – a conferência anual da Organização Mundial da Saúde (OMS) -, voltam a jogar com a ‘Carta de Taiwan, com a declaração do secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, de que a “recusa” à participação de Taiwan na conferência estaria “colocando em risco os objetivos globais de saúde”, posição depois carimbada pelos sócios menores do G7.

Como a RCI enfatizou, essa abordagem que Washington adotou traz embutida o questionamento, melhor dizendo, a sabotagem, ao princípio de “Uma Só China”, que é o consenso internacional e a base da própria relação entre EUA e China, desde Richard Nixon e Jimmy Carter.

Como nos anos anteriores, a OMS não enviou um convite às autoridades de Taiwan para participar da Assembleia Mundial da Saúde, o que se explica pelo fato de que o povo chinês já tem lá seu representante, que é o governo chinês, analogamente ao que ocorre no próprio Conselho de Segurança da ONU.

Por ser uma parte da nação chinesa, a participação de Taiwan em atividades de organizações internacionais como a OMS deve estar de acordo com o princípio de Uma Só China.

E foi atendendo a esse princípio que de 2009 a 2016 Taiwan participou da Assembleia Mundial da Saúde como observador, registrou a RIC. O que se deu, por um entendimento, alcançado através de consultas pelos dois lados do estreito de Taiwan (a ilha e o continente), com base no “consenso de 1992”, que segue o princípio de Uma Só China.

No entanto – assinala a RCI -, o Partido Progressista Democrático de Taiwan (DPP), após assumir o poder, recusou-se a reconhecer o “Consenso de 1992”. Passou a propugnar pelo separatismo. “Ao fazê-lo, destruiu unilateralmente a base política para as consultas entre os dois lados do estreito. Esta é a principal razão pela qual Taiwan perdeu o direito de participar da conferência da OMS”.

A propósito, o governo Biden não abandonou a política do antecessor Trump de insuflar os separatistas do DPP, nem os atropelos ao princípio de Uma Só China, através da visita de diplomatas norte-americanos à província ainda não reunificada à pátria-mãe. E, menos ainda, as provocações com navios de guerra no Mar do Sul da China e especialmente no Estreito de Taiwan.

Alguns círculos políticos dos EUA tentam pressionar a OMS alegando ora que o não-convite “ameaça o bem estar da sociedade taiwanesa”, ora que Taiwan é “aluno modelo no controle da pandemia”. Como notou a RCI, recentemente, o número de novos casos confirmados de Covid-19 em Taiwan aumentou novamente devido à lenta campanha de vacinação, causando uma insatisfação generalizada entre a população local.

O que traz o outro lado da moeda. Um funcionário das autoridades de Taiwan disse na quarta-feira (19) que os EUA ainda não venderam uma única dose da vacina para a ilha. Obviamente, conclui a RCI, Taiwan não passa de uma ferramenta política aos olhos de tais círculos políticos norte-americanos.