O Encontro Municipal do PCdoB São Paulo, realizado neste sábado (19/3), no auditório do Sindicato dos Eletricitários, prestou uma homenagem a Vital Nolasco (1946-2022). Em memória desse histórico militante comunista – que faleceu em 19 de janeiro passado –, a atividade foi batizada de Encontro Vital Nolasco. Sua viúva, Maria Ester Nolasco, estava presente, assim como os filhos Daniel e Patrícia.

Ex-dirigente de dois sindicatos de trabalhadores metalúrgicos – o de Contagem (MG) e de São Paulo (SP) –, Vital foi preso, perseguido e torturado pelo regime militar (1964-1985). Teve atuação nas lutas populares, em especial no Movimento contra a Carestia, na década de 1970. Vereador em São Paulo por oito anos (1989-1996), foi, ainda, dirigente municipal, estadual e nacional do PCdoB.

O Encontro do PCdoB São Paulo exibiu uma breve gravação com depoimentos de Vital, concedidos durante o período de lançamento de sua autobiografia, Vital Nolasco – Vale a Pena Lutar, de 2016. “Eu sou um cidadão comum, um cidadão brasileiro. Como dizia João Amazonas, o que difere um comunista é a consciência – e essa consciência eu adquiri”, diz ele, no vídeo.

O Vital foi ‘pau pra toda obra’, como costumamos dizer”, resumiu Nivaldo Santana, secretário nacional de Movimento Sindical do Partido. “É uma justa, merecida e necessária homenagem a um quadro político do PCdoB que, em todos os momentos, mesmo com as vicissitudes e dificuldades da vida política, sempre se manteve fiel ao seu partido, à sua classe e à luta pelo socialismo.”

A ex-vereadora e ex-deputada Anna Martins, que conviveu com Vital por mais de 50 anos, exaltou a trajetória de seu amigo e camarada de PCdoB – “um herói, um guerrilheiro, um lutador”, filho de “uma família pobre, negra, muito numerosa”. De acordo com Anna, “o testemunho do Vital nos anima, nos ajuda a ter garra e convicção, a querer lutar muito e sempre. Temos de conhecer suas histórias para revigorar nossas convicções e aumentar nossa energia de luta”.

Em nome da família, Daniel Nolasco agradeceu ao tributo a Vital. “Mais do que a homenagem, agradeço pelo carinho que a militância sempre teve com meu pai. Para ele, o PCdoB era uma extensão da família”, afirmou Daniel. “Meu pai não tinha um diploma universitário, mas tinha um diploma maior – o de ter ajudado a construir o PCdoB, a brigar por um país socialmente mais justo e a de lutar o bom combate.”

Além da homenagem a Vital, o Encontro celebrou os cem anos do Partido e aprovou o Planejamento do PCdoB São Paulo para o biênio 2022-2023. A programação contou com a participação de dirigentes municipais, distritais e de comitês de categoria.