Manuela fala aos comunistas de Porto Alegre na Conferência Municipal do PCdoB

O Rio Grande do Sul realizou duas importantes conferências em 23 de novembro. Primeiro, a do PCdoB de Porto Alegre, para debater os rumos da capital do estado nas eleições de 2020, que incluiu um ato político com representações de diversos aliados entre os partidos de esquerda . Depois, a conferência estadual dos comunistas gaúchos.

Manuela à disposição

Em Porto Alegre, a presidente nacional do PCdoB, vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos [foto], anunciou a disponibilização do nome de Manuela d’Ávila como candidata à prefeita de Porto Alegre. Ela salientou a importância da unificação dos partidos de esquerda e do centro nas eleições de 2020, com vistas ao isolamento e à derrota de Jair Bolsonaro. Participaram do ato político cerca de 500 pessoas entre filiados ao PCdoB e convidados e Luciana saudou os partidos presentes e exortou-os a unidade em torno de Manuela.

Em consonância, a ex-deputada Manuela d’Ávila voltou a se colocar à disposição do partido para disputar a prefeitura da capital em 2020. Pesquisas de intenção de voto divulgadas em outubro já sinalizavam Manuela como a preferida dos porto-alegrenses.

Na opinião dela, no entanto, mais importante do que ser candidata é construir os caminhos para uma cidade democrática.

“Para mim o desafio é fazer de Porto Alegre uma cidade livre de fascismo, como fizemos em outro tempo de nossa cidade a capital da democracia. Uma cidade sem fascismo é uma cidade sem fome, sem miséria, sem intolerância. Para isso, defendo que tenhamos um grande congresso da cidade, organizado pelos partidos que querem a mudança na cidade e pela população”, afirmou.

Para Manuela, é necessário reunir milhares de mulheres e homens na construção de um programa, em espaços comuns de resistência e luta.

“Meu nome está à disposição para subvertermos a política que não escuta e não acredita na vida e na solidariedade. Há esperança! Andemos juntos!”, exortou Manuela, também por meio das redes sociais.

Ato político com forças progressistas

Na conferência, o ex-governador Olívio Dutra (PT) salientou a luta histórica do PCdoB na construção de uma grande aliança para derrotar a extrema direita no Estado. Já o ex-governador Tarso Genro, elogiou Manuela d’Ávila como possível candidata à prefeitura por considerá-la pessoa capaz de unificar a esquerda.

Outros partidos aliados que participaram da conferência foram Pedro Ruas (PSOL), Christopher Goulart (PDT), Antônio Elisandro (PSB) e Cleber Giovane (PV).

Os comunistas de Porto Alegre elegeram Adalberto Luiz Frasson como novo presidente da legenda na Capital.

Conferência estadual

Cerca de 500 filiados participaram da conferência estadual do PCdoB gaúcho, discutindo a estratégia e táticas para enfrentar o fascismo no país. O ex-deputado estadual Juliano Roso [na foto, ao lado de Luciana] foi reeleito presidente. O vice é Werner Rempel, de Santa Maria, oriundo do antigo Partido Pátria Livre (PPL). A votação contou com 198 delegados, eleitos nos diversos municípios que realizaram conferências. O novo Comitê Estadual gaúcho ficou com 107 membros.

Roso ressaltou que a principal missão da legenda no próximo ano é “isolar e derrotar Bolsonaro em todos os níveis”. Para isso, defendeu a criação de uma Frente Ampla em defesa da democracia e de quantas frentes eleitorais forem possíveis em 2020. Opinou que a frente eleitoral deverá conter, sempre que possível, todos os partidos de esquerda e centro esquerda: PCdoB, PT, PDT, PSB e o PSOL.

“Temos que atrair até mesmo setores da direita que integram o chamado “centrão” para a defesa da democracia, mas antes precisamos mostrar nossa capacidade de unificação das esquerdas”, afirmou.

Em nível estadual, Roso apoiou a estratégia de enfrentar o governo de Eduardo Leite (PSDB), que na avaliação dele está sendo mais ágil que Sartori, na destruição do Estado. “O pacote que enviou para a Assembleia tem o objetivo de piorar o serviço público e terminar com as políticas públicas para os mais necessitados”, comentou.

O presidente do PCdoB-RS exaltou o papel da juventude, representada no movimento estudantil pela União da Juventude Socialista (UJS) e pela Juventude Pátria Livre (JPL), e a importância da formação política dos militantes, atividade que estava representada pelo ex-deputado estadual Raul Carrion, em nome da Fundação Mauricio Grabois.