O Comitê Central do PCdoB, reunido no último sábado (15), ratificou, entre outros documentos, a resolução da 3ª Conferência Nacional sobre Emancipação das Mulheres (CNEM), intitulado “Mais democracia, mais mulher na política”, e o texto que trata da composição do novo Fórum Nacional Permanente sobre Emancipação das Mulheres.

Ao Portal do PCdoB, a secretária nacional da Mulher do partido, Vanessa Grazziotin, destacou que o fato de o Estatuto prever tal ratificação pela direção máxima da legenda “é uma demonstração de que essa é uma questão que não fica restrita ou a cargo somente das mulheres. É uma questão da qual todos e todas devemos participar”.

Vanessa salientou, ainda, “a importância e o avanço que o partido vem tendo em relação à compreensão do lugar da luta não apenas pela emancipação das mulheres, mas também a antirracista. Temos uma compreensão, hoje, bastante clara de que, junto com a discriminação de classes, temos a discriminação de gênero e de raça. Esses são os pilares da exploração e da opressão que o sistema capitalista impõe à maior parte da população brasileira”.

Com relação à nova composição do Fórum Nacional Permanente do PCdoB sobre a Emancipação das Mulheres (FNPEM), aprovado durante a 3ª CNEM — formado por 59 membros, dos quais cerca de 30% são homens — a secretária explicou que, assim, “democratizamos a elaboração da política e das nossas ações pela emancipação das mulheres e desta forma, a gente pretende chegar ao maior número de pessoas possível. Achamos que tanto a luta antirracista quanto a luta feminista têm apelo muito forte na população, por isso é muito importante o partido ter isso absolutamente claro”.

Resolução

A resolução da 3ª CNEM aponta, entre outras questões, que “em decorrência de que a desigualdade de gênero, o racismo e a opressão de classe são elementos formadores da sociedade brasileira que se entrelaçam, a luta feminista representa uma contestação ao sistema capitalista brasileiro, ao patriarcado e ao racismo que nele se reproduzem. A luta antirracista vem se manifestando com força na sociedade brasileira. Essas lutas, que se desenvolvem no cotidiano, fazem parte da construção da democracia”.

O documento estabelece ainda, como bandeiras de luta, a defesa da democracia; combater o déficit democrático da sub-representação política das mulheres; o combate às desigualdades no âmbito do trabalho; combate à violência de gênero; a luta pela educação; em defesa dos direitos sexuais e direitos reprodutivos; por vacina já; auxílio emergencial já e em defesa da vida e a luta de ideias.

O texto salienta também que “a corrente emancipacionista e popular do PCdoB deve aprofundar sua atuação nos movimentos de mulheres, nos movimentos sociais e sindicais, na luta institucional, na luta de ideias, e desenvolver ações de massa, na perspectiva de resistir e lutar com todas as mulheres, com suas diversidades e especificidades, suas pautas e seus anseios mais prementes”.

“Para conter os retrocessos que se avizinham para o Brasil e em especial para as mulheres, é preciso forte e organizada ação das comunistas para 2022, quando o PCdoB completará 100 anos e enfrentará o desafio de superação da cláusula de barreira”, aponta o documento.

 

Acesse abaixo os documentos ratificados pelo Comitê Central:

Resolução da 3ª CNEM: Mais democracia, mais mulher na política

Resolução: Fórum Nacional Permanente sobre Emancipação das Mulheres

 

Por Priscila Lobregatte