PCdoB perde membro da direção nacional, morre Wagner Gomes
Uma grande tristeza abate o movimento sindical brasileiro e o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) nesta terça-feira(10), com o anúncio da morte repentina de um de seus valiosos quadros. Faleceu o sindicalista e membro do Comitê Central do PCdoB, Wagner Gomes. Com apenas 64 anos ele foi vítima de um infarto fulminante e morreu em sua casa, na capital paulista.
Nascido em Araçatuba, região noroeste de São Paulo, Wagner trabalhou nos anos de 1970 como operador de trens do Metrô de São Paulo, como metroviário inseriu-se no movimento sindical, foi eleito presidente do Sindicato dos Metroviários (1989 a 1995) e (2009 a 2011).
Wagner dedicou sua vida à luta da classe trabalhadora, foi o primeiro presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), eleito no congresso de fundação, em 2007, e reeleito no segundo congresso em 2009. Atualmente era secretário-geral da entidade.
Em nota, a CTB declarou que Wagner Gomes “foi um sindicalista muito querido e respeitado na CTB e no conjunto do movimento sindical brasileiro. Pautou sua vida pela defesa honesta e intransigente dos interesses da classe trabalhadora brasileira”.
Às vésperas da realização do seu 5º Congresso, a nota da CTB anuncia ainda que fará uma homenagem à memória “a este grande guerreiro da classe trabalhadora”.
Wagner Gomes, presente!
Ao saber do falecimento do dirigente sindical, a presidenta nacional do PCdoB e vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos declarou: “Fomos surpreendidos há pouco com a notícia do falecimento do nosso camarada Wagner Gomes. Uma grande tristeza toma a todo nosso coletivo partidário. Membro do Comitê Central do PCdoB, secretário-geral da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Wagner tem uma bonita trajetória de lutas no sindicato dos metroviários de São Paulo – do qual foi presidente -, assim como na defesa dos direitos dos trabalhadores, da democracia e do desenvolvimento do nosso país”.
A dirigente disse ainda que “Wagner era um militante com uma personalidade marcada pelo compromisso e pelo bom humor, mas antes de tudo um bom amigo. Os que lutam não morrem, seguem vivos em nossa lembrança e nosso afeto”. E desejou “à família, aos camaradas de São Paulo e do movimento sindical de todo o país, meu abraço solidário. Wagner Gomes, presente!”, completou a presidenta do PCdoB.
“Rica trajetória sindical”
Ao Portal PCdoB, o secretário nacional Sindical do PCdoB, Nivaldo Santana (foto ao lado) contou que teve uma atuação conjunta de décadas ao lado de Wagner Gomes e recordou que os dois conviveram há mais de 40 anos, entre ações de Partido e do movimento sindical.
Wagner foi da executiva nacional da CUT por várias gestões, foi dirigente da Corrente Sindical Classista, membro da direção do PCdoB no estado, na direção nacional, esteve em funções relevantes em nosso partido, ressaltou Nivaldo.
Segundo o dirigente, “Wagner teve uma rica trajetória sindical e um papel protagonista no movimento sindical brasileiro”.
“Dono de uma personalidade que busca a unidade, ele era muito querido em todas as correntes, pois tinha uma capacidade de articulação, de construir concessões, propostas unitárias”, salientou Nivaldo.
O dirigente sindical declarou ainda que seu colega “Wagner foi ainda um dos sindicalistas mais importantes do PCdoB nas últimas décadas” e ressaltou a sua importante capacidade de articulação. “Wagner foi uns grandes fiadores do sindicalismo no Brasil, transitava muito bem entre colegas de outras forças”, lembrou.
“Wagner sempre foi esperançar”
O presidente nacional da CTB e dirigente nacional do PCdoB, Adilson Araújo comentou que estava aguardando o Wagner para uma reunião sobre os últimos detalhes da organização do 5º Congresso da CTB que terá início quinta-feira (12) próxima quando recebeu a notícia do falecimento do seu colega. “Fui pego de surpresa, a gente vinha construindo muitas coisas juntos e a nossa perspectiva era de muita luta”, ressaltou ao Portal PCdoB, Adilson.
Segundo ele, Wagner foi um dos dirigentes mais destacados do Partido e sua passagem é marcada por lealdade, dedicação e firme defesa do sindicalismo. “Dedicar à vida em prol da coletividade, ele, com certeza, era o principal articulista da CTB”, considerou o dirigente.
Wagner inaugurou em dezembro de 2007 a fundação da entidade sindical e durante estes 13 anos da CTB, contou Adilson, foi uma pessoa de destaque, “da boa relação, do prestígio com as outras forças políticas, a sua marca era a empatia”, abalizou Adilson.
O presidente da CTB afirmou que o colega fará muita falta na luta em um momento crucial vivido pelo povo brasileiro. “Ficamos muito tristes, ainda nesta situação de pandemia e essa política genocida de governo que tem abatido muitos sonhos e esperanças e Wagner sempre foi esperançar. Diante de tudo que ele representou, vai fazer muita falta entre nós”, lamentou.
Matéria atualizada às 17h11 para acréscimo de informações.
Por Eliz Brandão