PCdoB-MG aprova resolução política e elege comissões política e executiva
Reeleger o presidente Lula, barrar a continuidade do projeto de Romeu Zema em Minas Gerais e retomar a cadeira federal do PCdoB no estado – com a eleição do presidente estadual do Partido, Wadson Ribeiro – são as principais tarefas dos comunistas mineiros. É o que aponta a resolução política aprovada na primeira reunião do novo Comitê Estadual do PCdoB Minas Gerais, realizada nos dias 5 e 6 de dezembro, no Hotel Normandy, em Belo Horizonte. O Comitê também elegeu as comissões política e executiva para o biênio 2025-2027.
“O caminho para 2026 combina unidade, programa e trabalho de base”, de acordo com a Resolução Política aprovada. “Eleger Lula, derrotar Zema e retomar a cadeira federal do PCdoB-MG com Wadson Ribeiro não são objetivos separados, mas etapas de uma mesma estratégia: reconstituir maioria social e política em torno de um projeto de desenvolvimento com democracia, trabalho digno e serviços públicos fortes.”
Durante o debate de conjuntura, Wadson Ribeiro afirmou que a reeleição de Lula é essencial para impedir que forças conservadores assumam o poder no próximo ano. “O Lula já é nosso candidato para o ano que vem, e o PCdoB precisa propor um programa mais avançado, dentro de um governo que tem pressupostos da política neoliberal.”

“A retomada de um caminho de desenvolvimento, que possa significar o crescimento da indústria, de políticas sociais, da qualidade de vida, é um esforço que temos que abraçar como uma questão central para o país”, afirmou. Para o dirigente, é preciso construir um projeto político que dialogue com os interesses da sociedade e uma frente política que consiga ser suporte para essa conquista de mais um mandato. “Além disso, é papel importante do PCdoB reforçar os nossos movimentos e retomar as ruas a partir de uma agenda da juventude, do movimento sindical e dos movimentos sociais como um todo. Não é uma eleição em que ficaremos passivos em casa.”
Eleições em Minas Gerais
O deputado estadual do PCdoB-MG, Celinho Sinttrocel, pontuou os desafios a serem enfrentados em Minas Gerais no próximo ano. “Temos um governo que está consolidando em Minas Gerais um projeto ultraliberal. Está trabalhando para entregar todo nosso patrimônio e nossa soberania para os poderes e interesses econômicos através de um processo de privatizações”, afirmou.
Ele considera o quadro “sombrio e difícil”, mas que há possibilidade de enfrentamento. “Temos que ter maturidade e unidade para pensarmos uma frente para garantir uma eleição que possa defender os interesses de Minas e da população. E o PCdoB tem um papel muito importante nisso. Para impedir esse projeto de retrocessos, temos que tirar Zema e Matheus Simões do governo. Precisamos fazer Minas Gerais voltar para o caminho certo, ajudar na reeleição de Lula e eleger nosso deputado federal, fazendo um governo de Minas para o povo de Minas.”
Confira a Resolução Política aprovada:
Eleger Lula, derrotar Zema e retomar a cadeira federal do PCdoB MG em 2026
Eleição de Wadson Ribeiro é tarefa crucial para os comunistas mineiros
O mundo vive uma transição longa e tensa: a crise estrutural do capitalismo combina estagnação relativa nas economias centrais, financeirização e desigualdades persistentes com a ascensão do Sul Global, redesenhando cadeias produtivas e centros de decisão. A disputa tecnológica e geopolítica acirra protecionismos, reorganiza o comércio e pressiona países periféricos a escolher entre subordinação e projeto nacional de desenvolvimento. Nesse contexto, o Brasil tem uma janela de oportunidade para articular política externa ativa, integração regional, reindustrialização verde e inclusão social como pilares de soberania.
No plano nacional, o governo Lula disputa, dia a dia, a capacidade de governar um país com Congresso fragmentado e conservador, base empresarial dividida, mídia polarizada e orçamento tensionado por emendas e vinculações. Há avanços importantes em política social, educação, ciência, tecnologia, cultura, retomada de obras e reindustrialização, mas o ambiente exige coordenação política consistente, comunicação capilar e pactos federativos que convertam entregas em percepção de melhora na vida real. Em 2026, estará em jogo mais que a reeleição: trata-se de consolidar um ciclo de desenvolvimento com democracia, enfrentar a extrema direita e afirmar um Estado capaz de planejar, investir e regular.
Minas Gerais é eixo estratégico dessa disputa. O projeto de Zema, assentado no Estado mínimo, privatizações e concessões com tarifas e pedágios que penalizam a classe trabalhadora, subfinanciamento de serviços essenciais e adesão a lógicas de ajuste permanente, aprofunda vulnerabilidades regionais e enfraquece a capacidade do estado de induzir desenvolvimento. Ao mesmo tempo, Zema tenta capitalizar sua imagem nacionalmente e consolidar um sucessor, transformando a eleição mineira em vitrine do neoliberalismo tardio. Derrotar esse projeto em Minas é decisivo para o Brasil, pois o estado costuma espelhar e, muitas vezes, decidir a correlação de forças nacional.
O desafio eleitoral articula três frentes. A primeira é garantir uma vitória robusta de Lula em Minas, conectando o que o governo federal entrega com a vida concreta do povo mineiro: emprego e renda, obras de infraestrutura e mobilidade, investimentos em saúde e educação, ciência e tecnologia, políticas para agricultura familiar, cultura e moradia. É imprescindível traduzir políticas públicas em narrativas simples, exemplos locais, rostos e histórias, especialmente na Região Metropolitana de Belo Horizonte, no Vale do Aço, na Zona da Mata e no Norte e Jequitinhonha, onde o impacto das políticas sociais é mais visível e a disputa informacional é intensa.
A segunda frente é derrotar o continuísmo de Zema no governo estadual. Isso exige construir uma frente ampla progressista, com programa claro: desenvolvimento produtivo com transição ecológica justa; defesa das estatais estratégicas e dos serviços públicos; segurança com prevenção e inteligência; recuperação de estradas sem onerar o trabalhador; investimento em ciência, tecnologia e inovação; políticas para juventude, mulheres e população negra; e um pacto pela recomposição do funcionalismo e pela regionalização do desenvolvimento. É vital contrastar projetos: de um lado, o Estado que abandona o povo; de outro, o Estado que planeja e cuida.
A terceira frente é retomar a cadeira federal do PCdoB por Minas – com a eleição do presidente estadual do PCdoB Minas Gerais, Wadson Ribeiro — condição estratégica para ampliar a voz progressista no Congresso, defender o SUS, a educação pública, o mundo do trabalho, a cultura e uma nova política industrial. A retomada passa por uma nominata competitiva na federação partidária, foco territorial inteligente, disciplina de mobilização e um discurso nítido: soberania nacional, direitos sociais, ciência, tecnologia e inovação e desenvolvimento com emprego e proteção do que é do povo mineiro, como a Copasa e os serviços essenciais. O mandato deve ser apresentado como instrumento de defesa dos interesses de Minas em Brasília e como ponte para viabilizar obras, programas e políticas que melhoram a vida nas cidades.
Para chegar lá, é preciso método. Organizar comitês populares por território e segmento social; ativar redes em sindicatos, entidades estudantis, movimentos de moradia, cultura, esporte e economia solidária; profissionalizar a comunicação digital com produção diária, linguagem clara e distribuição segmentada por microrregião; ocupar rádio e imprensa local com pautas e serviços; formar porta-vozes e multiplicadores, investindo em formação política e comunicacional; criar um núcleo de monitoramento e resposta rápida à desinformação; e estruturar uma estratégia de financiamento de base, recorrente e transparente, que garanta autonomia e ritmo de campanha.
A mensagem deve ser direta e repetível. Minas precisa de um projeto que gere trabalho e renda com indústria, inovação e apoio à produção local; que proteja o que é nosso e barre a lógica de pedágios e tarifas abusivas; que cuide da saúde, da escola e da segurança com presença do Estado onde o mercado não chega; que enfrente a fome, o racismo e a violência contra as mulheres; e que faça do clima e da água uma agenda de desenvolvimento, não de crise permanente. O PCdoB deve se apresentar como força leal ao povo, experiente na defesa de direitos e capaz de unir, sem sectarismo, quem quer um estado mais justo e um Brasil soberano.
No tabuleiro mineiro, a vitória passa por ampliar presença na RMBH, recuperar terreno no Triângulo e Sul de Minas, consolidar bases na Zona da Mata e Vale do Aço, e crescer no Norte e nos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e Rio Doce com agendas ancoradas em saúde, infraestrutura,universidades, institutos federais, ciência, tecnologia e inovação, água, agricultura familiar, crédito e assistência técnica. É crucial transformar lideranças locais em polos de irradiação, conectando agendas municipais às estaduais e federais, e ancorar a disputa em dados e escuta permanente, com pesquisas qualitativas e monitoramento de temas sensíveis por território.
O caminho para 2026 combina unidade, programa e trabalho de base. Eleger Lula, derrotar Zema e retomar a cadeira federal do PCdoB MG com Wadson Ribeiro não são objetivos separados, mas etapas de uma mesma estratégia: reconstituir maioria social e política em torno de um projeto de desenvolvimento com democracia, trabalho digno e serviços públicos fortes. Com organização, comunicação consistente e presença cotidiana ao lado do povo mineiro, é possível virar o jogo e dar a Minas a representação que ela merece em Brasília, ao mesmo tempo em que se abre um novo ciclo para o estado e para o Brasil. Vamos à luta.
Confira as comissões eleitas:
Comissão Política
- Presidente: Wadson Nathaniel Ribeiro
- Vice-Presidente: Francisco Panadés Rubió
- Presidente do PCdoB-BH: Richard Ferreira Romano
- Secretária de Formação: Maria Do Socorro Jô Moraes
- Secretária Sindical: Andreia da Consolacao Silva Diniz
- Secretário de Planejamento e Organização: Antonio Fernando Máximo
- Secretária de Comunicação: Andressa Schpallir Silva
- Secretário de Inteligência De Dados E Mobilização: Bernardo
- Secretário de Finanças: Murilo Ferreira da Silva
- Secretário Institucional e de Políticas Públicas: Aldanny Guimarães Rezende
- Secretário de Juventude: Tiago Alves
- Secretária de Mulheres: Laura Farias
- Secretário de Combate ao Racismo: Clauderson Silva Santos “Black”
- Diego Carlos Ferreira
- Rafael Leal
- Valeria Peres Morato
- Lavínia Rosa Rodrigues
- Celinho Sinttrocel
- Moacir de Freitas Junior
- Pedro Amaral de Aguiar Gama
- Flavio Manoel Rodrigues Da Silva
- Basileu Tavares
- Daniel Dias da Silva
- Eliane Barbosa
- Lívia Macedo
- Edmar Branco
- Tiago Santana Cassiano
Comissão Executiva
- Wadson Nathaniel Ribeiro
- Francisco Panadés Rubió
- Maria do Socorro Jô Moraes
- Richard Ferreira Romano
- Valeria Peres Morato
- Antonio Fernando Máximo
- Aldanny Guimarães Rezende
- Pedro Amaral de Aguiar Gama
- Flavio Manoel Rodrigues da Silva




