PCdoB homenageia jurista Louis Joinet, defensor dos direitos humanos
Em nota assinada por sua Presidenta, Luciana Santos, e pelo Secretário de Relações Internacionais, Walter Sorrentino, o PCdoB registra a trajetória de Joinet que fez dele um respeitado defensor do estado de direito e dos refugiados e perseguidos, entre eles brasileiros que viveram na França durante o regime militar. Na opinião dos comunistas, a morte do “eminente advogado, lutador consequente durante toda sua vida da elevada perspectiva pelo avanço civilizatório” deixa um grande vazio.
Leia abaixo a íntegra da nota do PCdoB
Louis Joinet devotado lutador pela justiça.
Faleceu em Paris, dia 22 de setembro, o magistrado francês Mrs. Louis Joinet. A solenidade de cremação será no histórico cemitério de Père Lachaise, no próximo dia 30 de setembro. Ele é o fundador do Sindicato da Magistratura Francesa, um dos redatores da Convenção Internacional para a proteção de todas as Pessoas contra os Desaparecimentos Forçados, das Nações Unidas, e autor, em 1997, dos princípios do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. Assumiu o cargo de Procurador Geral da República Francesa. Se empenhou pela organização na França de colóquios sobre a justiça e os desaparecidos na América do Sul, no período das ditaduras militares, nesse subcontinente.
No Brasil os que viveram o longo período da Ditadura Militar sabem e reconhecem em Mrs Joinet um destacado defensor dos refugiados e perseguidos brasileiros, que viveram na França nesse período dramático da nossa história. Com esse intuito, Louis Joinet assume a presidência do Comitê França-Brasil, numa demonstração de exemplar solidariedade aos brasileiros. Ele ajudou para formar e coordenar o Tribunal Bertrand Russel destinado para o julgamento dos crimes das ditaduras na América Latina. Em sua própria residência em Paris foram muitos os refugiados latino-americanos recebidos por ele.
Esse jurista distinguido defensor do Estado de direito, se destaca incansavelmente por justiça aos perseguidos políticos, aos desaparecidos forçados, aos torturados, desde a luta heroica dos argelinos, contra a colonização francesas, passando pelo Haiti, Chile, Uruguai, Argentina, Brasil. Mrs. Joinet defendeu inúmeros brasileiros ameaçados pelo terror ditatorial, inclusive muitos militantes do Partido Comunista do Brasil e dirigentes como Diógenes Arruda e Renato Rabelo exilados na França.
Personalidade da estatura de Joinet deixa grande vazio na situação atual quando a exigência da luta pela Democracia e pela defesa do Estado democrático de direito são exigências candentes de nossa época.
O PCdoB consequente com sua trajetória de luta pela democracia e pela liberdade política, reconhece em Louis Joinet legitimo defensor dos direitos humanos, presta sua homenagem póstuma a esse eminente advogado, lutador consequente durante toda sua vida da elevada perspectiva pelo avanço civilizatório.
Luciana Santos
Presidente do Partido Comunista do Brasil
Walter Sorrentino
Secretário de Relações Internacionais