PCdoB 101 anos, pela reconstrução do Brasil e do RN
Comemorar 101 anos de um partido político e sobretudo, de um Partido Comunista, nas condições políticas, sociais e ideológicas que passa o mundo e num país continental, como o Brasil, é um feito que merece o devido registro político, histórico e até acadêmico.
A crise civilizatória que o mundo atravessa também está caracterizada por um ambiente no qual as ideias neofacistas se propagam. E a tática que os alimentam são os ataques à política, às organizações populares e, em especial, aos Partidos Comunistas.
O movimento comunista internacional já produziu façanhas históricas em defesa da civilização. Foi assim na vitória contra o nazismo e, através da revolução russa, pautou o mundo até hoje com a inclusão da agenda dos direitos sociais. Porém, em função de nossos propósitos que requerem mudanças estruturais, os Partidos Comunistas sempre incomodaram, sobretudo aqueles que insistem em condenar a humanidade à desordem capitalista.
No Brasil, não é diferente. Desde as primeiras lutas operárias no país e agora, mais ainda, recrudescido pelo neofascismo bolsonarista.
Contudo, seguimos, porque as lutas do PCdoB se entrelaçam com as do povo brasileiro. Foi assim no período da guerra contra o nazifascismo, no qual defendemos a exitosa tática de unir amplas forças políticas em favor dos “aliados”; foi assim na luta pela redemocratização e pela constituinte de 1946, carta esta que consagrou, através do Deputado Comunista Jorge Amado, a liberdade religiosa no país; foi assim nas jornadas contra a ditadura militar, período que resistiu com vidas e armas na mão, na Guerrilha do Araguaia; foi assim na articulação política que levou Tancredo Neves à Presidência da República e encerrou o período militar, e mais recentemente, foi assim ao defender, a partir da candidatura de Luís Inácio Lula da Silva, a necessidade de articular amplas forças políticas para derrotar o neofacista Jair Bolsonaro. Portanto, são contribuições com valores inestimáveis à democracia, à soberania e aos direitos do povo brasileiro.
O PCdoB orienta-se pelo seu programa, um conteúdo resultante de uma elaboração coletiva, de dentro e de fora do Partido, que está alicerçado a partir da história política, econômica e social do povo brasileiro, ou seja, da realidade concreta da vida brasileira.
É com base nesse método cientifico que propugnamos um caminho para o Brasil: o de implementarmos um novo projeto nacional de desenvolvimento. Somos convictos que o Governo Lula representa a maior possibilidade à essa perspectiva, tornando-se, portanto, imprescindível o seu êxito.
No Rio Grande do Norte a eleição de Fátima Bezerra e de Antenor Roberto (PCdoB) em 2018, abriu a maior possibilidade para que forças populares descortinem um inédito ciclo político no estado. A Governadora Fátima Bezerra concluiu com êxito o seu primeiro mandato e reelegeu-se em 1º turno. O PCdoB tem um DNA nessa trajetória e na execução governamental.
Neste momento, diante de uma instabilidade nas condições da segurança pública no estado, provocada por ações profissionalizadas do crime organizado, a gestão enfrentou uma circunstância de crise. Porém, sob a liderança da Governadora Fátima Bezerra, recupera-se a normalidade e aponta medidas de curto, médio e longo prazo para enfrentar, em particular, a política de encarceramento de massas presente também em nosso estado. Toda a solidariedade ao nosso povo, a maior vítima, e aos segmentos públicos e privados atingidos.
As ideias, os caminhos e as lutas são feitas por mulheres e homens. Assim, reverencio as diversas gerações dirigentes do PCdoB potiguar. Líderes que, empunhando a bandeira dos comunistas, lutaram e lutam em defesa de nosso povo:
À família Reginaldo em Mossoró, com destaques para o Lauro Reginaldo, Bangu e à Amélia Reginaldo, à Miguel Moreira e à Manoel Torquato, à José Praxedes, nosso primeiro presidente, à Luiz e à Djalma Maranhão, à Vulpiano Cavalcante, à Manoel Bezerra, à Francisco Moreira da Silva, à Glênio Sá e Alírio Guerra, à Anchieta Lopes, à Christian Vasconcelos, à Juliano Siqueira, à Antenor Roberto. São gerações que fizeram a história e que até hoje refletem entre os revolucionários e os democratas do Rio Grande do Norte.
E em nome de todos, em especial à Alírio Guerra, saúdo uma Camarada que na resistência à ditadura militar adotava o codinome Paula. Ela continua como um sustentáculo político e ideológico às novas gerações. Viva Eveline Guerra!
Numa mesma dimensão, saúdo a Camarada Jana Sá, uma jovem e combativa mulher que herdou do Pai, o guerrilheiro Glênio Sá, as convicções de continuar lutando por transformar o nosso país e o nosso estado.
Viva os 101 anos do PCdoB!
O Socialismo vive!
Divanilton Pereira é presidente Estadual do PCdoB/RN