Indígenas contra Bolsonaro: “Pegue seu governo genocida e vá embora”
Centenas de indígenas da etnia Pataxó receberam Jair Bolsonaro com protestos na cidade de Porto Seguro, ao sul da Bahia. Ele participou de um evento em alusão aos 522 anos do descobrimento do Brasil e foi rechaçado pelos manifestantes.
Indígenas de 15 aldeias pataxós protestaram pelas ruas da cidade. O ato foi motivado pelo constante ataque do governo Bolsonaro aos povos tradicionais, o sucateamento da Fundação Nacional do Índio (Funai), o incentivo do governo ao garimpo e invasão de terras indígenas e a não demarcação de terras.
Aos cantos de “Fora Bolsonaro e vá embora genocida”, os manifestantes invadiram a área em que Bolsonaro realizaria um discurso, obrigando a transferência do local, e também bloquearam uma motociata do “mito” com seus apoiadores.
⚠️Indígenas Pataxó embarreiram Bolsonaro em Porto Seguro-BA , agora há pouco! pic.twitter.com/2e9vUZhkoz
— RODRIGO PILHA🔋🇵🇸 (@RODRIGOPILHA) April 22, 2022
Palanque
Bolsonaro foi a Porto Seguro, no sul da Bahia, nesta sexta-feira (22), para participar de eventos em celebração ao 22 de abril, data marca a chegada dos portugueses no Brasil, em 1500. O prefeito bolsonarista de Porto Seguro, Jânio Natal (PL) fez discurso durante a visita em que faz ameaças aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
O prefeito afirmou que a graça concedida por Bolsonaro ao deputado federal Daniel Silveira foi um “presente” que deu a Porto Seguro e ao povo brasileiro.
A seguir, Jânio Natal disse que o ato foi “contra aqueles covardes que dizem que representam o nosso Judiciário. É uma vergonha que nós temos em nosso país. Mas com a sua reeleição, nós vamos dar o troco a todos eles”, encerrou.
Na tarde de quinta-feira (21), Bolsonaro concedeu indulto ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado pelo STF por atos contra a democracia. Na Bahia, ele defendeu a sua decisão e classificou o ato como “simbólico”.
“Ontem foi um dia importante para o nosso país. Não pela pessoa que estava em jogo [Silveira] ou por quem foi protagonista desse episódio, mas do simbolismo de que nós temos mais que o direito, nós temos a garantia da nossa liberdade”, disse Bolsonaro defendendo a extinção da pena do criminoso.