Em seu ato inaugural frente à Presidência da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL) já sinalizou como pretende conduzir a Casa. Numa medida antidemocrática, autoritária e ilegal, Lira, contrariando seu próprio discurso, anulou a existência do bloco de partidos do candidato adversário, Baleia Rossi (MDB-SP), excluindo-os da Mesa Diretora. Os partidos do bloco, incluindo o PCdoB, reagiram, anunciando que não aceitarão tal imposição e recorrerão ao STF.

Para fazer valer sua manobra, Lira indeferiu o registro de candidatura do bloco adversário sob o argumento de que supostamente o PT teria perdido o prazo de registro, o que na prática não aconteceu. “A ditadura começou! Cunha, o retorno…Artur Lira encerrou a sessão sem apurar os demais cargos e não há previsão no regimento para isso. Sequer teve coragem de abrir os microfones para os líderes contestarem. Vamos recorrer!”, disse a líder do PCdoB, deputada Perpétua Almeida.

Em nota, os líderes e parlamentares do PT, MDB, PSB, PSDB, PDT, PCdoB, Cidadania, PV e Rede destacaram: “Os partidos que se uniram em torno da defesa de uma Câmara livre e independente repudiam, com a mais intensa veemência, o ato autoritário, antirregimental e ilegal praticado pelo deputado Arthur Lira. A eleição é una: não se pode aceitar só a parte que interessa”.

“Ao assim agir, afrontando as regras mais básicas de uma eleição — não mudar suas regras após a sua realização —, o referido deputado coloca em sério risco a governabilidade da Casa. A insistir nesse caminho, perderá qualquer condição de presidi-la, já que seu primeiro ato desacredita o que acabara de dizer: que decidiria com imparcialidade”, continua a nota.

Os partidos apontam ainda que o fato caracteriza “a desmoralização mais rápida de um discurso que já se viu. A única voz que o mesmo aceita que se ouça na Mesa Diretora da Câmara é a voz daqueles que com ele concordam. Os que ousam defender uma Câmara altiva ele quer calar, já em seu primeiro movimento, tentando esmagar a representatividade de nossos partidos e de nosso bloco. Não aceitaremos. Vamos ao STF em defesa da democracia e do Parlamento brasileiro.”

 

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Por Priscila Lobregatte