Os funcionários do Banco do Brasil realizam paralisação nacional por 24 horas nesta quarta-feira (10), para protestar contra a reestruturação implantada unilateralmente pelo governo Bolsonaro e a diretoria do banco para privatizar a instituição financeira.

Na reestruturação, o governo Jair Bolsonaro vai desligar 5 mil funcionários e fechar, neste semestre, 361 unidades do Banco do Brasil (112 agências, sete escritórios e 242 Postos de Atendimento). Além disso, vai converter 243 agências em postos de atendimento e a transformar 145 unidades de negócios em Lojas BB, sem gerentes e guichês de caixa.

Na segunda-feira (8), o BB divulgou que 5.533 funcionários aderiram aos programas de demissão voluntária. O esvaziamento do quadro do pessoal faz parte da reestruturação planejada pelo governo. Trabalhadores cobram transparência por parte do BB e querem a abertura de negociações sobre o plano.

Para o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), o que Bolsonaro chama de um programa de reestruturação é, na verdade, o “desmonte dessa instituição tão importante e simbólica para o nosso país”. “É um crime contra o sistema público, que nós ainda preservamos”, ressaltou o parlamentar na sessão desta quarta.

O desmanche do Banco do Brasil – passo indispensável para uma futura privatização – afeta não só a categoria, mas sobretudo o Brasil e, em especial, os pequenos municípios. Com uma rede de agências reduzida e com menos funcionários, a população será prejudicada. Em algumas cidades ficarão sem agências e o atendimento vai ser ainda mais precarizado.

A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) observou que o ministro Paulo Guedes (Economia) “já confessou publicamente sua determinação em privatizar essa instituição”. “A política de desmonte do banco, apresentada como uma restruturação, prevê, além da demissão de milhares de trabalhadores, em plena pandemia, o fechamento agências, postos de atendimento e escritórios”, frisou.

Brasília

A Polícia Militar (PM) do Distrito Federal reprimiu um grupo de bancários que participava da paralisação, que ocorre em todo o país. As agressões ocorreram no edifício Sede 1, na garagem do setor bancário sul, onde se concentram as operações de monitoramento remoto do banco.

“Fomos violentamente reprimidos pela Polícia Militar, em um descompromisso com qualquer código de honra e ética”, relata Kleytton Morais, presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília.

Os trabalhadores receberam mensagens de solidariedade de parlamentares no Congresso Nacional. “Trabalhadores defendendo a estatal e apanhando!!!!!! ABSURDO!!!!”, escreveu no Twitter a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

 

(PL)