A leitura do relatório final da CPI da Covid nesta quarta-feira (20) explicitou os crimes, omissões e responsabilidades de Bolsonaro e outros 67 indiciados — entre pessoas físicas e jurídicas —, que contribuíram diretamente para alto índice de mortes e pelo agravamento da pandemia no Brasil. Pelas redes sociais, parlamentares do PCdoB se manifestaram em apoio às investigações e contra à política que levou ao cometimento de crimes contra a humanidade.

O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) declarou: “Renan Calheiros diz que o maior legado da CPI está nas vidas salvas. Verdade! Não fosse a Comissão e a indignação popular que ajudou a desencadear, o governo teria persistido na postura antivacina e, sim, podemos dizer, ainda que não esteja tipificado assim no relatório: genocida!”.

Orlando avaliou ainda que “a CPI cumpriu enorme papel político e investigativo. Emparedou e desgastou o governo, descobriu crimes escabrosos. E mais: obrigou que se mexessem pela vacina. Pedir o indiciamento de Bolsonaro por crimes contra a Humanidade às cortes internacionais não é pouco, é inédito.  Não há razão para transformar uma ampla vitória em derrota por causa da tipificação “genocídio”, que, de resto, continuará sendo usada. O mais importante é que os muitos crimes praticados por Bolsonaro e seus asseclas não sejam só denunciados, mas sim punidos pelas autoridades”.

Para a a deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA), “a CPI do Senado deu uma lição ao negacionismo hoje no Brasil. Bolsonaro errou como homem, como cidadão e como presidente da República. Precisa ser responsabilizado. Não há motivo que nos faça adiar o impeachment, não há instabilidade maior no Brasil, não há prejuízo maior para a população do que a presença de Jair Bolsonaro no palácio do planalto”.

Conforme destacou o deputado federal Daniel Almeida (PCdoB-BA), “o relatório da CPI da Covid expõe as mazelas que o Brasil passou neste período de pandemia. São 68 indiciados que potencializaram a crise sanitária, inviabilizaram a compra de vacinas, dentre outros horrores”.

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) destacou que “Bolsonaro cometeu crime de genocídio. É fato. Resta saber apenas como chamaremos os seus cúmplices”.

Indiciamentos

Ao todo, o relatório pede 68 indiciamentos — de pessoas físicas e jurídicas — e lista nove crimes de Bolsonaro: epidemia com resultado de morte; infração a medidas sanitárias preventivas; emprego irregular de verba pública; incitação ao crime; falsificação de documentos particulares; charlatanismo; prevaricação; crime contra a humanidade e crime de responsabilidade. Também aponta a responsabilidade de ministros e ex-ministros — como Marcelo Queiroga, Eduardo Pazzuello e Onyx Lorenzoni — e dos filhos do presidente: o senador Flávio Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro e o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro.

Na próxima semana, o relatório deve ser votado pelos membros da CPI e os pedidos de indiciamento serão encaminhados aos órgãos competentes, entre os quais Procuradoria-Geral da República, ministérios públicos estaduais e Departamento de Polícia Federal.

Por Priscila Lobregatte

Com agências