Concentrados em frente ao Ministério da Saúde, médicos se unem a agricultores, professores e caminhoneiros

O Sindicato Nacional dos Médicos (Sinamed) do Paraguai se somou, terça-feira (10), aos protestos organizados por trabalhadores de diferentes categorias contra o desgoverno de Maria Abdo Benítez. Nos protestos ruas de Assunção e rodovias de acesso à capital foram paralisadas.

O evento organizado pelos médicos foi em frente ao Ministério da Saúde Pública exigindo equiparação salarial e melhores condições de trabalho. Os integrantes da categoria sentem-se extremamente fragilizadas pelo agravamento da Covid-19 no país.

Com faixas, cartazes e muita mobilização desde os hospitais, a entidade sindical se uniu à jornada de reivindicações dos mais distintos setores, como agricultores e professores, que buscam virar a página de descaso e descalabro a que vêm sendo submetidos quanto a suas condições sanitárias.

De acordo com a secretária-geral do Sinamed, Rossana González, desde 2011 a categoria não tem nenhum tipo de reajuste salarial, desprezando a sobrecarga de funções e, no último período, a agudização e a multiplicação dos problemas diante da pandemia. Com esta mobilização os médicos exigem do Ministério que cumpra com o acordo sobre equiparação assinado em junho passado e propõem que sejam mantidos os profissionais contratados no último período para o combate ao coronavírus.

Segundo a dirigente, o governo pode perfeitamente fazer uma reprogramação orçamentária a fim de destinar os recursos para a Saúde e desta forma cumprir com a equiparação salarial. “Reivindicamos o mesmo de sempre: algo de há uma década. Temos acordos assinados, porém ficaram ali. Queremos que haja uma igualdade na carga horaria, há médicos que trabalham mais horas e o salário é o mesmo que o dos demais”, protestou.

Vindos de diferentes partes do país os camponeses chegaram na noite de segunda-feira (9) e se concentraram em frente ao Ministério da Agricultura e Pecuária (MAG) para marchar no dia seguinte nas ruas vizinhas. De forma pacífica eles apresentaram suas propostas para retomar a produção e combater a fome, com uma parada em frente ao Ministério de Obras Públicas e depois voltar à sede do MAG.

Na sua pauta os camponeses reivindicam o cumprimento da Lei 6669, que estabelece protocolos de impulso e investimento em programas produtivos para a agricultura familiar. Com isso, exigem a transferência de US$ 16 milhões para atender de forma emergencial ao setor, da mesma forma que manifestam sua rejeição ao despejo de mais de 800 comunidades camponesas e indígenas em favor de latifundiários.

Os caminhoneiros também se incorporaram ao protesto e se mantêm paralisados ao longo da avenida Costanera de Assunção. A categoria defende a aprovação de um projeto de lei que regule o custo operacional pago pelas agroexportadoras, para que não continuem sendo vítimas de “extorsão” das transportadoras a quem são obrigadas a prestar serviço.