Stella Moris, companheira de Assange, registrou a "mensagem gentil e pessoal do papa"

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, recebeu na prisão uma mensagem pessoal do Papa Francisco no início da Semana Santa Católica, divulgou sua companheira, Stella Moris, em mensagem que circula na terça-feira (30) nas redes sociais.

Embora não tenha revelado o conteúdo da carta, Moris disse no Twitter que o texto foi entregue a Assange no Domingo de Ramos pelo padre da prisão de Londres onde o jornalista australiano está confinado desde abril de 2019, aguardando o fim de um processo de extradição apresentado pelos Estados Unidos.

“Depois de uma noite difícil, Julian acordou com uma mensagem gentil e pessoal do papa Francisco entregue na porta de sua cela pelo padre da prisão”, escreveu.

O governo dos Estados Unidos pretende extraditar Assange para julgá-lo por 17 acusações manipuladas de espionagem e uma de conspiração para cometer pirataria informática, o que, no total, acarretaria uma pena máxima de 175 anos de prisão.

As acusações são baseadas na corajosa denuncia no WikiLeaks de milhares de arquivos secretos que revelaram crimes de guerra cometidos por tropas americanas no Iraque e no Afeganistão, e avaliações comprometedoras feitas por diplomatas do Departamento de Estado sobre governos estrangeiros e líderes políticos, entre outros documentos.

No dia 4 de janeiro, a juíza britânica Vanessa Baraitser rejeitou em primeira instância a extradição de Assange devido ao seu estado de saúde e pelo risco que correria sua vida caso fosse enviado para os Estados Unidos.

Menos de 48 horas depois, no entanto, a mesma magistrada recusou-se a conceder-lhe a liberdade sob fiança e decidiu que ele deve esperar na prisão para que seu destino seja decidido em um processo de apelação que ainda não tem data de início nos tribunais britânicos.

Stella Moris, com quem Assange tem dois filhos, retuitou uma mensagem de um padre australiano, o padre Dave, protestando contra a “prisão e tortura” de Assange.

“… é realmente o assassinato da liberdade de expressão … Eles punem o homem que está denunciando atividade criminosa por dizer a verdade”, tuitou o Padre.