"A Covid-19 nos ensinou essa interdependência, esse compartilhamento do Planeta", declarou o Papa

No Dia Mundial da Terra, quando se realiza a Cúpula dos Líderes sobre o Clima em que participam presidentes e personalidades de todo o mundo, o Papa Francisco divulgou uma mensagem em vídeo.

“Há muito tempo estamos tomando mais consciência de que a natureza merece ser protegida, mesmo que seja pelo fato de que as interações do homem com a biodiversidade que Deus nos deu devem ser feitas com o máximo cuidado e respeito”, disse.

“Esta pandemia nos mostrou o que acontece quando o mundo para (…) e o impacto que isso tem sobre a natureza e as mudanças climáticas”, acrescentou o Papa, que fez uma alusão aos dados e estudos da Organização Meteorológica Mundial (OMM) que, em seu último relatório sobre a situação climática em 2020, afirmou que o ano passado foi um dos três anos mais fora de padrão já registrados.

A pandemia também nos mostra “que a natureza global necessita nossas vidas neste planeta, ao mesmo tempo em que nos ensina mais sobre o que temos que fazer para criar um planeta justo, equitativo e ambientalmente seguro”, afirmou.

“A Covid-19 nos ensinou essa interdependência, esse compartilhamento do planeta. E ambas as catástrofes globais, a Covid e a meteorológica, mostram que não há que esperar. (…) É hora de agir. Estamos no limite ”, frisou Francisco.

Esta destruição da natureza “é muito difícil de parar, mas ainda temos tempo. E seremos mais resilientes quando trabalharmos juntos ao invés de sozinhos ”(…)“ A adversidade que vivemos com a pandemia e que já sentimos nas mudanças climáticas, tem que nos impulsionar à inovação, a buscar caminhos novos. De uma crise não se sai igual. Saímos melhores ou piores. Esse é o desafio e se não melhorarmos, vamos trilhar um caminho de autodestruição”, continuou.

O Papa argentino concluiu sua mensagem conclamando “todos os líderes do mundo a agir com coragem, justiça e sempre dizer a verdade ao povo para que o povo saiba como se proteger da destruição do Planeta, como proteger o planeta da destruição que muitas vezes nós desencadeamos”.

Na encíclica “Laudato si” (2015), sobre o cuidado da casa comum, Francisco apelou também a toda a “família humana” para buscar um desenvolvimento integral e sustentável. E no texto alude às responsabilidades da política internacional e da economia na degradação da natureza. Segundo Francisco, há coisas na natureza que são bens comuns, como o clima e a água potável, sendo esta também um direito humano essencial.