“A periferia cresce e o centro do poder e riqueza se restringe mais", afirma Francisco

“Não existe democracia com a fome, não há desenvolvimento com pobreza, e ainda menos, justiça na desigualdade”, afirmou o Papa Francisco em mensagem enviada ao diretório argentino do Comitê Pan-Americano de Juízes pelos Direitos Sociais e a Doutrina Franciscana.

Analisando o papel do Estado, a desigualdade mundial, o coronavírus e o futuro da democracia, o Papa expressou: “Os elevados níveis de pobreza são o indicador mais claro da injustiça distributiva que prevalece no mundo e das falhas que temos tido na implementação dos direitos mais elementares. A periferia cresce, e o centro do poder, da riqueza, se restringe cada vez mais. Em outras palavras, a maior parte do dinheiro e das oportunidades beneficia alguns poucos e a maioria sofre de pobreza”.

“Lembrem que o primeiro compromisso que o Estado deve ter é com o bem-estar e a felicidade das pessoas, começando pelas necessidades mais fundamentais”, disse Francisco durante sua participação virtual, divulgada pelo portal Notícias do Vaticano.

Nessa ordem de ideias, o Papa disse que “a pandemia, por outro lado, exacerbou ainda mais os terríveis cenários sociais”. Ele então pediu “respostas criativas e eficazes para milhões de irmãs e irmãos”.

Da mesma forma, o Papa lembrou a reivindicação dos “3 T: teto, terra e trabalho” que lançou junto com movimentos populares de todo o mundo. Comentando a respeito, destacou: “Qualquer plano ou teoria carece de legitimidade se sua consequência for maior sofrimento e maior descarte dos povos”.

“Desejo que todos os debates teóricos que protagonizam, sirvam para logo transformar a realidade de quem mais precisa de justiça”, assinalou.

“Obrigado pelo que fazem”, disse ele. “Procurem sempre o bem da Pátria, da Nação, o bem dos países de cada um de vocês também, busquem o bem dos povos. Deus os abençoe”, concluiu.