O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou, na terça-feira (5), que acirramentos “criados para desviar o foco ou criar cortina de fumaça ou discurso eleitoral não calharão” na Casa.

“Eu tenho buscado dizer sempre que precisamos de pacificação, de ordem, de organização de ideias, de estabelecimento de prioridades, porque esses acirramentos, por vezes criados artificialmente, para desviar o foco ou cortina de fumaça ou criar discurso eleitoral não calharão no Senado Federal. Porque temos compromissos com os problemas verdadeiros e reais do Brasil, e é nisso que vamos trabalhar”, disse Pacheco.

A declaração do senador foi uma reação a cobranças de parlamentares bolsonaristas sobre a analise de pedidos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal. De acordo com a Constituição de 1988, cabe ao Senado processar e julgar ministros do STF.

A deputada Carla Zambelli (PL-SP) e o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) fizeram cobranças públicas a Pacheco na última semana, após a celeuma criada pelo deputado bolsonarista Daniel Silveira (PTB-RJ) para tentar fugir da determinação do ministro Alexandre de Moraes de recolocar tornozeleira eletrônica.

Em agosto passado, o presidente do Senado recusou um pedido de impeachment de Moraes feito por Jair Bolsonaro (PL).

Também na terça, Pacheco divergiu de uma declaração do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que, em conversa com jornalistas, havia defendido a privatização da Petrobrás.

Questionado sobre a declaração de Lira, o senador disse que a empresa “gera frutos” para a sociedade e que o assunto não está na mesa.

“Eu não considero que esteja na mesa privatização da Petrobrás. Nem de Banco do Brasil, nem de Caixa Econômica, que são patrimônio nacional e, se bem geridos, geram frutos para a sociedade brasileira. Então, é preciso ter bastante cautela nessas apreciações em especial em momentos de crise”, ressaltou.

As falas dos parlamentares ocorreram em referência à crise gerada pelo governo na gestão da estatal, depois que fracassou a tentativa de Bolsonaro de emplacar o economista Adriano Pires, um lobista das multinacionais do setor petrolífero, na presidência da empresa.