Bandeira PCdoB em ato de trabalhadores em São Paulo - Foto: Rodrigo Positivo

A presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos, nesta sexta-feira (1º/5), Dia Internacional do Trabalhador, emite nota em alusão ao tema. O documento intitulado “Primeiro de Maio de luta, solidariedade e esperança”, diz que esse dia carrega um “significado épico, com as bandeiras contemporâneas por direitos, e se irmana à jornada humanitária para que o direito à vida das pessoas seja garantido”.

A nota salienta que a data serve para reflexão sobre “os limites do capitalismo, que novamente revela sua superação histórica, ao se mostrar incapaz de cuidar da saúde e da vida das populações – com milhares de pessoas perdendo a vida sem assistência médica e hospitalar necessárias”.

O texto ressalta ainda o cenário de crise aguda em que atravessa o Brasil e o mundo com a pandemia do coronavírus, que vem “ceifando a vida de milhares de pessoas pelo mundo e empurrando a economia para uma grave depressão”.

A nota da presidência reforça ainda o agravamento da tragédia para o Brasil, que tem no comando do país, Jair Bolsonaro, que mantém permanentemente em guerra com os governadores e nega cooperações com o Brasil.

“A situação se torna mais grave também com a inação do presidente diante dos efeitos da crise econômica. É incapaz de proteger o emprego, o salário dos trabalhadores, de socorrer as micro, pequenas e médias empresas e de defender a economia nacional como um todo”.

O documento afirma que Bolsonaro demonstra “reiteradamente que não está à altura de exercer o papel de chefe do Estado brasileiro”.

Confira a íntegra da nota abaixo:

Primeiro de Maio de luta, solidariedade e esperança

Desde que o Dia Internacional dos Trabalhadores foi instituído, o seu transcurso, em vários momentos da história, se deu sob condições dramáticas, com o planeta envolto em grandes tragédias, a exemplo das duas guerras mundiais ou de quando ditaduras soterraram a democracia em países pelo mundo afora. Mesmo nessas circunstâncias extremas, a classe trabalhadora teve a grandeza e a clareza de celebrar sua data magna, empreendendo conjuntamente a defesa de seus direitos e projetos emancipatórios com as bandeiras da nação e mesmo da humanidade. Assim, nas guerras se bateu pela paz; nas ditaduras batalhou pela democracia e a liberdade.

Mais uma vez, o Primeiro de Maio transcorre num cenário de aguda crise, com a pandemia do coronavírus ceifando milhares de vidas pelo planeta e empurrando a economia mundial a uma grave depressão. O vírus não escolhe vítimas, atinge a população como um todo, mas os que mais sofrem são os(as) trabalhadores(as) e suas famílias. Impelidos a enfrentar essa grave situação em condições precárias – e sofrendo as consequências da falta de emprego e salário, de falta de saúde pública, vítimas das políticas que jogam em seus ombros o ônus dos efeitos da crise econômica – tornam-se mais expostos e vulneráveis à letalidade da covid-19.

Neste ano o Dia Internacional dos Trabalhadores se realiza, no mundo inteiro, com o significado épico que carrega, com as bandeiras contemporâneas por direitos, e se irmana à jornada humanitária para que o direito à vida das pessoas seja garantido. O que se conjuga, harmonicamente, com a nossa histórica e contemporânea bandeira do socialismo, sempre erguida nas comemorações do Primeiro de Maio.

A data tem todo esse significado e também serve para reflexão sobre os limites históricos do capitalismo, que novamente revela sua superação histórica, ao se mostrar incapaz de cuidar da saúde e da vida das populações – com milhares de pessoas perdendo a vida sem assistência médica e hospitalar necessárias.

No Brasil, a propagação do vírus se encaminha para seu pico. No mês de maio, pelos estudos das autoridades sanitárias, irá crescer enormemente o número de perdas de vidas. O cenário ganha mais dramaticidade pela irresponsabilidade do presidente da República, Jair Bolsonaro, fazendo campanha sistemática contra o isolamento social, a única forma eficiente de controle da Covid-19, conforme os protocolos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e também da ampla maioria das autoridades sanitárias de nosso país.

Bolsonaro contribui para agravar a tragédia, ao negar ajuda aos Estados e municípios e manter permanente guerra contra os governadores, quando deveria promover a cooperação e a união.

A situação se torna mais grave também com a inação do presidente diante dos efeitos da crise econômica. É incapaz de proteger o emprego, o salário dos trabalhadores, de socorrer as micro, pequenas e médias empresas e de defender a economia nacional como um todo.

Ao demonstrar reiteradamente que não está à altura de exercer o papel de chefe do Estado brasileiro, por não cumprir seus compromissos constitucionais para conduzir o país nesta grave crise, Bolsonaro joga milhões de brasileiros na rua da amargura, entregues à própria sorte. Empurra o país para uma grave recessão, provocando uma quebradeira das empresas.

Os que se encontram nessa situação ainda enfrentam o descaso do governo sobre questões essenciais para a proteção à vida, como a criminosa protelação do pagamento da renda emergencial aprovada pela Câmara dos Deputados. Com isso, os mais pobres são os mais castigados.

Neste Primeiro de Maio, merecem nossa homenagem especial os profissionais de saúde e das demais categorias de trabalhos essenciais, que trabalham dia e noite, muitas vezes sacrificando a própria vida, para que o isolamento social seja possível, para que o país enfrente a crise. É imperativo assegurar a esses profissionais, sobretudo da saúde, os equipamentos e as condições necessárias de segurança.

Esse é o cenário do Primeiro de Maio deste ano. Mas a classe trabalhadora reage com fibra, organizando comitês de solidariedade para socorrer os mais necessitados. Mesmo com o isolamento social, suas entidades – em especial as centrais sindicais – encontram meios para dialogar com o Congresso Nacional e organizar ações de socorro às urgências dos trabalhadores e suas famílias.

A ampla e unitária programação do Dia Internacional dos Trabalhadores, que ocorrerá pela internet obedecendo às recomendações sanitárias, mostra o dinamismo do movimento sindical. Nela estão as bandeiras históricas dos trabalhadores e a defesa da vida, com todas as reivindicações necessárias para enfrentar a crise econômica e a pandemia, como a democracia, o emprego, o salário e os interesses nacionais. 

O PCdoB do mesmo modo que exige que se investigue as graves acusações de crime de responsabilidade que pesam sobre Bolsonaro, pressiona o governo federal, neste momento crítico, para que cumpra suas responsabilidades de prover e defender a Nação no combate à pandemia.

Partido Comunista do Brasil (PCdoB), que em seu quase um século de existência sempre teve presença nas grandes lutas da Nação, neste momento se desdobra para exercer ativa solidariedade ao povo.

Para os comunistas, a vida e a saúde das pessoas estão em primeiro lugar e, dessa forma, atuam intensamente na defesa dos interesses dos trabalhadores. Ao mesmo tempo, o Partido atua para manter alta a bandeira da esperança, ajudando a edificar uma ampla frente de salvação nacional em defesa da vida, da democracia, do emprego e da renda. Com essa ampla união, o Brasil irá vencer a pandemia e superar a crise.

Viva o Primeiro de Maio Solidário! 

Em defesa da vida, da democracia, do emprego, da renda

Por uma ampla Frente de salvação nacional

Basta de Bolsonaro!

Recife, 1º de Maio de 2020

Luciana Santos

Presidenta do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)

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