O secretário de Saúde do Espírito Santo, Nésio Fernandes, membro do Comitê Central do PCdoB, alertou, por meio de suas redes sociais nesta quarta-feira (24), sobre o risco de uma nova onda de Covid-19 no Brasil e sobre a necessidade de se intensificar a vacinação e manter os cuidados sanitários e de controle para evitar a proliferação do vírus.

“Tenho a impressão de que, no Brasil, estamos menosprezando o risco de nova onda. O que acontece na Europa e em outros países pode ocorrer aqui se frustrar a ampla cobertura da D3 (terceira dose). Verão, férias e carnaval com baixa cobertura de D3 pode ser um risco ainda não mensurado”, declarou Nésio.

O secretário salientou, ainda, que “a preocupação deve estar focada na maior cobertura de D3 possível no menor espaço de tempo antes de fevereiro do ano que vem, período de grandes festas e que antecedem a sazonalidade das SRAGs (síndromes respiratórias agudas graves) em diversos estados do Brasil”.

Ele destacou ainda que o desafio para limitar a circulação do vírus está no controle dos casos leves. “Para vencê-lo precisamos de reforço com cinco meses para toda população adulta; máscaras; plano de testagem em massa e vacinar crianças”. Além disso, apontou que o desafio do maior controle da internação e dos óbitos “está nos não vacinados; nos adultos com esquemas incompletos e nos idosos sem reforço”.

Neste sentido, Nésio opinou ainda que é preciso adesão da população à dose de reforço. Ele acrescentou que “muita polêmica andou por 2021 ao lado da campanha de vacinação. Não vamos conseguir 100% de unidade e coesão social para o ‘melhor esquema’ ou ao ‘esquema ideal’”. Por outro lado, pontuou, “nunca tivemos tantos recursos, opções tecnológicas e evidências capazes de subsidiar boas decisões de saúde pública como agora”.

Quarta onda

A preocupação com uma nova onda da doença também foi levantada, nesta segunda-feira (22), pela diretora-geral assistente da Organização Mundial de Saúde (OMS), Mariângela Simão. Ela declarou que o mundo está entrando na quarta onda e destacou: “Me preocupa bastante quando vejo no Brasil que tem discussão sobre a abertura do carnaval. Isso é realmente uma condição extremamente propícia para aumento da transmissão comunitária. Precisamos planejar já as ações para 2022”.

Conforme dados divulgados nesta quarta-feira (24) pelo consórcio de veículos da imprensa, o Brasil está em tendência de estabilidade, com a média móvel de 217 óbitos pela doença nos últimos sete dias, variação de -6% em comparação com a média de 14 dias atrás. Ao todo, mais de 613 mil pessoas já perderam a vida pela doença no país que, em números absolutos, é o segundo em óbitos, atrás apenas dos Estados Unidos.

Por Priscila Lobregatte

Com agências