Na foto, Denis Kireev (com círculo vermelho) ao participar da reunião das delegações da Ucrânia e Rússia

Notícias vindas da Ucrânia informam que um ex-banqueiro, Denis Kireev, que fez parte da delegação de Kiev à primeira reunião Rússia-Ucrânia, foi executado em uma incursão dos serviços secretos ucranianos.

Informações do jornal Ukrayinska Pravda, citando fontes anônimas, diziam que os agentes do serviço secreto ucraniano (SBU) tinham evidências “claras” de alta traição e grampearam o telefone dele.

A primeira alegação sobre a morte de Kireev veio de Aleksandr Dubinsky, um polêmico parlamentar e jornalista. Pelas redes sociais, ele disse que Kireev havia sido morto por agentes do SBU, durante uma tentativa de prendê-lo.

A afirmação foi posteriormente confirmada por dois meios de comunicação, Ukraina.ua e Obozrevatel, que citaram suas próprias fontes anônimas.

O primeiro publicou uma foto parcialmente borrada do que dizia ser o corpo do homem. A imagem mostrava alguém deitado na calçada de bruços com o que parecia ser sangue em seu rosto e se acumulando sob a cabeça.

Uma descrição ainda mais dramática do que teria acontecido foi publicada por Anatoly Sharij, um político e jornalista ucraniano. Ele alegou que Kireev “foi executado com um tiro na cabeça” perto de um tribunal em Kiev.

Kireev foi fotografado sentado ao lado de outros negociadores à mesa com os russos. Ele foi descrito como um ex-financista e gestor de fundos de private equity, que no passado ocupou um cargo de alto nível no State Savings Bank of Ukraine.

Como pano de fundo, há informações sobre confusão nas hostes ucranianas e, depois, que foi instaurada a versão local das “volkssturm” [‘tormenta do povo’], e devidamente “panfleteadas” com armas: qualquer um corre risco de ser mal interpretado, esbarrar com um desafeto, ou simplesmente estar no lugar errado na hora errada.

A informação inicial de que Kirev seria um “agente russo” foi afinal contraditada pela própria diretora chefe de Inteligência de Kiev. Ela asseverou que Kireev estava entre os três agentes em uma operação de batida “mortos protegendo a Ucrânia”. A pergunta que fica é: o que um ex-banqueiro, destacado a participar de uma delegação oficial em tempo de guerra, estaria fazendo numa ação desse tipo?