Sonda chinesa tira 'selfies' em meio à aproximação para decida em Marte

A nave chinesa Tianwen 1, incluindo um orbitador, um veículo de descida e um rover, entrou em órbita em torno de Marte com sucesso na quarta-feira (10), depois de uma viagem de quase sete meses desde a Terra.

Esse é um dos momentos mais dramáticos da missão à Marte, porque se houvesse qualquer falha, a nave poderia cair em uma órbita inútil em torno do Sol, ou se espatifar com o solo. Metade das missões a Marte fracassaram.

A questão é que, como, à velocidade da luz a comunicação entre a Terra e a nave levam 10 minutos, ou seja, uma instrução levaria esse intervalo para ser informada à nave e demoraria mais 10 minutos para retornar o resultado ao controle da missão em Terra, o sistema a bordo tem que dar conta de tudo sem interferência, iniciando e interrompendo a ignição dos motores para que a freada ocorra e a Tianwen 1 seja capturada pela força gravitacional de Marte.

Para que a entrada na órbita de Marte ocorresse como previsto, foi preciso uma freada da velocidade de cerca de 120 mil km/h, para um-sexto disso, 20 mil km/h.

O video registrou inteiramente Marte gradualmente entrando no campo de visão, a leve vibração da nave depois que o motor foi acionado, e a sonda passando do dia marciano para a noite marciana. São visíveis no vídeo a asa com painel solar, a antena direcional, a atmosfera de Marte e a morfologia da superfície.

Segundo a CNSA, o vídeo foi feito com a rápida exibição de imagens paradas à taxa de 10 quadros por segundo. As imagens foram tomadas por câmeras de vigilância na asa solar e na antena direcional. As câmeras tiraram as imagens a cada três segundos por cerca de 30 minutos.

A Tianwen 1 tem um sistema de monitoramento consistindo de múltiplas pequenas câmeras com baixo consumo de energia. As câmeras, instaladas na asa com painel solar, nas antenas direcionais, e no veículo combinado de descida-rover, podem tirar automaticamente selfies do espaço profundo, bem como imagens do deslocamento das antenas e das asas solares, e dos processos de manobra chaves, sem o controle de comando em terra.

A CNSA disse que as câmeras continuariam monitorando e gravando a exploração de Marte pela Tianwen 1.

Já está também em órbita de Marte a primeira sonda espacial árabe, a Amal (Esperança) – lançada pelos Emirados Árabes com foguete do Japão e apoio de universidades dos EUA – na mesma “janela” de proximidade entre a Terra e Marte, que ocorre a cada dois anos, e possibilita fazer o percurso em menos tempo e combustível.