Carlos Lula, secretário de saúde do Maranhão e presidente do Conass

O presidente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e secretário de Saúde do Maranhão, Carlos Lula, participou da coletiva do governo de São Paulo, nesta segunda-feira (14), e afirmou que não é “razoável” qualquer atraso para o início da vacinação da população no Brasil.

“Não é razoável que se aceite qualquer atraso ou paralisação não justificada para se iniciar de pronto a imunização de todo o país. Falamos isso com convicção, porque todos nós, os 27 secretários [estaduais de Saúde] defendemos o Plano Nacional de Imunização, que é uma construção sólida”, disse.

Segundo o secretário, o Ministério da Saúde Eduardo Pazuello precisa incorporar “todas as vacinas” eficazes e seguras no Plano Nacional de Imunização (PNI).

“Desde o início da pandemia, já se mostrou que a ausência de uma coordenação nacional gera terríveis resultados. E o que os secretários de todo o país querem pedir ou salientar é que é necessário que haja uma coordenação nacional de enfrentamento da covid-19 (…) e que deixemos de lado qualquer disputa política, que deixemos de lado qualquer animosidade para pensar em cuidar das pessoas”, afirmou.

Desde que a vacinação em São Paulo foi marcada para 25 de janeiro, os governadores dos outros estados pressionam para que o governo Bolsonaro antecipe o PNI.

Apesar de já ter afirmado que a imunização só começaria em março, até o momento o Brasil não tem uma data nacional oficial para o início da vacinação. Após uma reunião tensa com Pazuello, os governadores tiraram do ministro a possibilidade de antecipar a vacinação para o final de fevereiro. Mas até agora nada foi oficializado.

A declaração de Carlos Lula na coletiva com o governo de São Paulo também fez referência à conduta adotada pelo governo Bolsonaro em relação à vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinavac.

Bolsonaro boicota a CoronaVac há meses. Ele já desautorizou Pazuello quando o ministro firmou intenção de compra da vacina do Butantan e quando o imunizante chegou a ter os testes suspensos pela Anvisa, chegou a comemorar: “Bolsonaro ganhou”, disse nas redes sociais.