Na Câmara, comunistas exigem retirada de projeto que censura professor
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A reunião da Comissão Especial que analisa o projeto conhecido como Escola Sem Partido (PL 7180/14)foi mais uma vez marcada por censura e arbitrariedades. Foram mais de cinco horas de debate, nesta quinta-feira (22). A deputada Alice Portugal (PCdoB/BA) teve a fala cerceada por diversas vezes durante a reunião. Esta foi a nona reunião convocada na tentativa de analisar o parecer.
O presidente do colegiado, Marcos Rogério (DEM-RO), atropelou o regimento para dar andamento à votação do texto. Ele se utilizou de medidas irregulares, como, por exemplo, a abertura do painel antes do horário marcado para início da sessão (9 horas), o que foi duramente denunciado pela deputada Alice.
“Ontem, Rodrigo Maia anunciou que a sessão começaria às 9h. Então, o painel não poderia abrir antes. Uma discussão como essa tem que seguir de maneira rígida o regimento”, afirmou a deputada.
Para a deputada Professora Marcivânia (PCdoB-AP), o texto é um ataque ao trabalho dos professores. “Nunca vi tanto ódio ao professor. Deixo meu repúdio a quem vem à essa comissão desrespeitar o professor, que é quem, efetivamente, construiu a história desse país e com certeza formou muitos dos que estão aqui”, disse. [Foto: Vinicius Loures/Agência Câmara]
As discussões tiveram continuidade até que parlamentares favoráveis ao texto pediram vistas, adiando a votação do texto para a próxima semana e queimando, assim, a possibilidade da Oposição de protelar ainda mais a votação do texto.
“Este projeto é inconstitucional, invasivo à liberdade de cátedra, deforma a relação aluno/professor, criminaliza e amordaça o professor. Por isso, a análise desta matéria na Comissão deveria acontecer apenas depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) se manifestasse sobre matéria similar que será julgada no próximo dia 28”, reiterou Alice.