Milton Ribeiro | Divulgação

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, em declaração nesta quinta-feira (19), tentou consertar a declaração polêmica dada ao programa ‘Sem Censura’, da TV Brasil, na última semana, no qual o político disse que crianças com deficiências “atrapalhavam” os demais alunos em sala de aula, porém se complicou ainda mais ao explicar o que quis dizer, afirmando que existem crianças com “um grau de deficiência que é impossível a convivência”.

“Quando eu falei (que as crianças com deficiência) atrapalham, deixa eu explicar para vocês. Nós temos, hoje, 1,3 milhão de crianças com deficiência que estudam nas escolas públicas. Desse total, 12% têm um grau de deficiência que é impossível a convivência. O que o nosso governo fez: em vez de simplesmente jogá-los dentro de uma sala de aula, pelo ‘inclusivismo’, nós estamos criando salas especiais para que essas crianças possam receber o tratamento que merecem e precisam”, afirmou Ribeiro.

A declaração foi dada aos jornalistas após ele participar da reinauguração do Museu do Homem do Nordeste, em Recife, nesta quinta (19). O ministro foi novamente criticado por especialistas e autoridades.

A senadora Mara Gabrilli rebateu a afirmação de Ribeiro e criticou a postura do ministro. “Senhor Milton Ribeiro, em primeiro lugar, estude a nossa Constituição e aprenda que ela é inclusivista, sim, e nós, no Senado, e toda a sociedade brasileira iremos defender o direito à igualdade na educação. É um direito fundamental da nossa Constituição”, disse. “E, já que o senhor não reconhece o valor da diversidade na sociedade, torna-se impossível reconhecê-lo como Ministro da Educação”, disse.

A senadora continuou a acusar a fala do ministro da Educação como discriminatória. “Como eu imagino que o senhor não vá fazer nada, eu quero, como senadora, como pessoa com deficiência neste Parlamento, pedir desculpas pela fala do senhor para as mães de crianças com deficiência neste Brasil, para familiares de pessoas com deficiência neste Brasil e para as pessoas com deficiência neste Brasil”, desabafou, “porque elas mereciam coisa muito melhor, e não um ministro que pensa dessa forma rasa, pequena.”