Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) realiza audiência pública interativa para ouvir o ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública, sobre informações e esclarecimentos a respeito das notícias veiculadas na imprensa relacionadas à Operação Lava Jato. À mesa, ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. Foto: Pedro França/Agência Senado

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, recusou-se a revelar cópia de documentos da Polícia Federal sobre as candidaturas laranjas do PSL que ele entregou irregularmente para Bolsonaro.

A entrega pelo Ministério da Justiça de cópia do inquérito da PF a Bolsonaro é ilegal (está em segredo de Justiça) e o ministro Moro foi questionado sobre essa irregularidade na época.

Em nota, divulgada no dia 5 de julho, ele desmentiu a versão de Jair Bolsonaro. Primeiro confirmou que mandou as informações, mas depois voltou atrás e disse que essas informações não interferem nas investigações.

O escândalo das candidaturas laranjas do PSL foi revelado em fevereiro, após denúncia de que o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que presidiu o PSL de Minas Gerais, pediu ao órgão nacional do partido o repasse de R$ 279 mil do fundo eleitoral para candidatas, que devolveram ao menos R$ 85 mil para o esquema do ministro. Inquérito da Polícia Federal aponta que há indícios da participação de Álvaro Antônio em um esquema que desviou verbas do fundo eleitoral para empresas ligadas a assessores do seu gabinete na Câmara, utilizando as candidaturas laranjas.

A investigação tramita sob segredo de Justiça na 26ª Zona Eleitoral de Minas Gerais, em Belo Horizonte. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, que solicitou os documentos com base na Lei de Acesso à Informação, o gabinete do ministro não enviou a documentação que Bolsonaro disse ter recebido de Moro em uma entrevista coletiva em Osaka, Japão, no final junho.

“Ele [Moro] mandou a cópia do que foi investigado pela Polícia Federal pra mim. Mandei um assessor meu ler porque eu não tive tempo de ler’”, admitiu Bolsonaro quando foi indagado sobre a operação deflagrada pela PF para investigar laranjal do PSL, que prendeu um assessor do ministro do Turismo.