Mineiras querem fim da carestia e equidade no mercado de trabalho
As mulheres mineiras dos partidos que compõem a Frente Vamos Juntos pelo Brasil (PCdoB, PV, PT, PSol, Rede e Solidariedade) estiveram reunidas, de forma virtual, em mais um dos eventos da série Encontros com Lula. Os debates, que aconteceram na última semana, foram dominados pelos temas da carestia, o agravamento das desigualdades entre homens e mulheres no mercado de trabalho e a violência.
“A decisão do futuro do Brasil, daqueles que estão passando fome, daqueles que não estão suportando a carestia, da homenagem que cada uma de nós faz do fundo do coração ao Bruno e ao Dom, a toda aquela luta que temos de travar para garantir trabalho para todos, salário igual para trabalho igual, essa vontade, essa esperança está nas mãos das mulheres. Somos mais da metade do eleitorado, somos mais da metade da população e somos nós que temos ojeriza ao Bolsonaro”, afirmou Márcia Campos, do PCdoB, representando a comissão nacional que está sintetizando as propostas de todos os estados.
“Não podemos mais conviver com a carestia, violência contra as mulheres, os negros e os índios. Precisamos de um governo que mude a política econômica para gerar empregos e proteção para todos os excluídos”, afirmou Julia Inez Botelho Aguilar, do PCdoB. Para Adriana Buzlin, do PV, é preciso mais respeito, menos violência e mais representatividade das mulheres. “Discutir a centralidade da força feminina na reconstrução do país é pensar no bem-viver”, disse Tainá Rosa, do PSol.
De acordo com Madeleine Cesar, do PSB, as mulheres do partido acreditam no debate de um projeto feminino e feminista nas periferias. “O momento é agora. Nós não podemos vacilar. É a hora de ocuparmos tudo: becos, favelas, quebradas, comunidades rurais, urbanas, comunidades tradicionais, para podermos fazer com que este país mude. Mas não somente o país, nosso estado também de Minas Gerais”, conclamou a deputada estadual Marilene Alves de Souza, a Leninha, do PT.
Na discussão do eixo temático Política Integrada de Cuidados, que teve entre as debatedoras a ex-deputada federal pelo PCdoB Jô Moraes, foi colocado que o cuidado tem gênero e raça, sendo atribuído no Brasil às mulheres, especialmente, às negras, e que é preciso observar essa universalidade do problema, que requer ser visto sob a perspectiva trabalhista, previdenciária, de saúde, de educação e de profissionalização.
Debatedora no eixo Trabalho, Igualdade e Autonomia Econômica, Valéria Morato, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) ressaltou a importância da autonomia das mulheres na escolha do que gera a própria vida e também a lida. Lembrando que às mulheres muitas vezes são negadas as escolhas, ela falou sobre a importância de que as políticas públicas devem ser orientadas para que haja liberdade na hora de definir a profissão.
Valéria mencionou que, durante a pandemia, as mulheres ficaram ainda mais sobrecarregadas em suas casas com a atividade do cuidado, que é atribuída às mulheres, inclusive, no momento da escolha das profissões, que acabam sendo as menos valorizadas pela sociedade, o que contribui para que o salário recebido seja quase 50% inferior ao dos homens. Ela frisou que, em consequência, o número de mulheres desempregadas é 54% maior do que o dos homens. De acordo com a vereadora do PT Eliane Santiago, 45% das mulheres estão hoje fora do mercado de trabalho. Já a deputada estadual do PT Andreia de Jesus, debatedora do eixo Viver Sem Violência, enfatizou a importância da autonomia financeira das mulheres na questão do combate à violência doméstica e de gênero.