Foto: PCdoB-DF

A militância do PCdoB não se esquivou da luta e voltou às ruas neste domingo (12) para participar das manifestações em defesa da democracia em ato simbólico de construção da frente ampla, pela unidade de forças de variado espectro político para derrotar o governo Bolsonaro.

Representantes dos movimentos sindicais, estudantis e de juventude em que o PCdoB integra participaram dos atos, “não como forças protagonistas, que convocaram o ato, mas vão engrossar esse movimento”, esclareceu o secretário Sindical do partido, Nivaldo Santana, na última sexta-feira (10).

Da mesma forma, orientou a presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos, dizendo que os atos não têm apenas o MBL convocando. Segundo ela, “há forças do centro democrático, de vários partidos que estão puxando. E se temos o objetivo de isolar Bolsonaro, é uma construção política que está dentro da nossa tática de frente ampla. Não podemos contar somente com as nossas próprias forças, temos que ampliar. Precisamos garantir que outros segmentos que não pensem igual a gente possam se somar”.

Ao participar da manifestação na Avenida Paulista na tarde deste domingo (12) o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), explicou que vivemos momento diferente da política brasileira. E ao ser questionada pelos jornalistas ao chegar no ato se tinha se imaginado participando de manifestação junto com o MBL, ele respondeu que não, mas explicou que “nunca havia imaginado que o Brasil corria risco de ter um autoritário fascista na presidência da República”, esclareceu.

Para Orlando, os atos do dia 7 de setembro e do dia 12 são diferentes, mas que têm algo incomum que é a defesa de democracia. “Nós estamos aqui pelo direito a diversidade, a pluralidade de todas as opiniões. Estou muito feliz de estar na Paulista com tanta gente nova”, ponderou.

O deputado do PCdoB encerrou sua primeira participação na manifestação frisando que “não importa se minha opinião sobre economia, privatização é diferente de quem está aqui, o importa é que eu e que todos aqui defendem a democracia”, disse, sendo aplaudido pelo público que repetia: “democracia”, “democracia”, “democracia”.

Confira aqui o vídeo com a participação do deputado.

“Defesa intransigente da educação pública, da ciência e a defesa da democracia”

Ainda em São Paulo, a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), militante do PCdoB, Bruna Brelaz participou, assim como a militância de juventude, da manifestação na Avenida Paulista, segundo ela, “defender a democracia é nossa pauta central, sem democracia é impossível pensar em uma agenda que melhore a vida do povo que sofre hoje com a política nefasta de Bolsonaro.”

Bruna contou que esteve nas ruas neste domingo e encontrou com diversos “adversários políticos, pessoas com quem tenho profundas diferenças. Também encontrei muitos jovens que acreditaram em Bolsonaro e hoje estão sem rumo. É preciso disputar essa parcela da sociedade para colocar o país no rumo do desenvolvimento novamente”, contou em suas redes sociais. ? @kboughoff

Em sua fala, a presidenta da UNE demarcou a “defesa intransigente da educação pública, da ciência e a defesa da democracia. E vi hoje a possibilidade real para convocar mais setores para uma grande mobilização que tenha o #ForaBolsonaro como pauta única”.

A dirigente defendeu ainda a necessária mobilização para a próxima jornada de lutas dia 2 de outubro. “Amanhã continuarei mobilizando os milhares de estudantes brasileiros para as manifestações do dia 2 de outubro e me empenhando pela construção de uma frente ampla que jogue Bolsonaro na lata de lixo da história de uma vez por todas”.

Flávia Calé, presidenta da ANPG, também esclareceu sobre o significado da participação das entidades estudantis como a UNE, a Ubes e a ANPG, nas manifestações deste domingo (12).

Segundo ela, as representantes das entidades estudantis vão participar de todos os atos pelo impeachment e pelo Fora Bolsonaro, porque representamos todos estudantes independente de colocação ideológica e nossa participação representa não só um sinal para todos que vieram aqui, mas com os que não estiveram aqui também, explicou. Porque nós precisamos construir as pontes com brasileiros e brasileiras para defender a democracia que está ameaçada no Brasil. Bolsonaro tentou dar um golpe no 7 de setembro, mas não conseguiu”, disse Flávia.

Para a dirigente, o recuo do Bolsonaro é temporário e ele voltará mais virulento. “Nós precisamos estar nas ruas para garantir que prevaleçam a democracia do Brasil”.

“Frente ampla e democrática para derrotar Bolsonaro!”

Em Florianópolis, os participantes cantaram o hino nacional, criticaram o desemprego, a inflação, lembraram as mortes causadas pela Covid-19 e também pediram a saída do presidente Bolsonaro do poder.

A vice-presidenta do PCdoB de Florianópolis, Janaina Deitos, falou na manifestação em Florianópolis, representando o Partido Comunista do Brasil ela disse que “onde estiver um ato em defesa da democracia e pelo Fora, Bolsonaro, o PCdoB estará porque este governo representa a traição, a farsa, a fome, genocídio, corrupção e ameaça à democracia”, destacou.

“Hoje nós estamos vivendo um momento histórico como foi o ‘Diretas Já’, estamos juntando todos os democratas e progressistas, que querem viver num país livre, num país democrático, contra o nosso inimigo comum, contra aquele que ameaça à democracia em nosso país, aquele que é o pai da corrupção, das rachadinhas, que usa as instituições para proteger a sua família.

Janaina citou ainda a irresponsabilidade de Bolsonaro diante das mortes pela pandemia de Covid-19 do Brasil, “já são quase 600 milhões de vidas perdidas” e a crise econômica que deixa um saldo “de 14 milhões de desempregados hoje”.

A dirigente ressaltou que no “7 de setembro, o Bolsonaro tentou dar um golpe, pensou que botaria milhões nas ruas, mas não botou. E a força das instituições democráticas, a força da nossa democracia, reuniu amplos setores, de vários os espectros, e isso é muito importante, isso é um valor que nós temos que construir, companheiros, de hoje até a derrota de Bolsonaro, frente e ampla e democrática para derrotar o Bolsonaro”, frisou.

“Todos que são democratas e que são ‘Fora, Bolsonaro’ cabem nesta frente e nós do PCdoB temos trabalhado incansavelmente pela montagem dessa frente e continuaremos trabalhando e estaremos juntos para livrar o povo brasileiro para livrar dessa desgraça e dessa infelicidade que trouxe a fome de volta, o desemprego e a morte. Fora, Bolsonaro! Viva o Brasil, viva a frente ampla e democrática!”, disse, sendo ovacionada pelos manifestantes.

Confira o vídeo de sua fala:

Capital Federal

A militância do PCdoB do Distrito Federal também voltou às ruas neste domingo (12) em Brasília contra Bolsonaro e na luta em defesa da democracia. Um grupo de cerca de mil pessoas, entre militantes do PCdoB, além do MBL e Livres também se juntou para se manifestar contra o governo Bolsonaro. Os manifestantes se concentraram na Esplanada dos Ministérios.

Confira as imagens abaixo:

Amazonas

Em Manaus a militância também compareceu com representantes do PCdoB, PDT, Novo, MBL, Cidadania, Rede e Movimentos Sociais. O ato ocorreu na parte da manhã na frente do Teatro Amazonas.

Confira as imagens:

Pará

Em Belém, a manifestação foi realizada no bairro Reduto, no centro da cidade. O protesto teve pouca adesão, mas os movimentos sociais compareceram com faixas e bandeiras pedindo o impeachment de Bolsonaro.

Minas Gerais

Em Belo Horizonte, o ato aconteceu na Praça da Liberdade pela manhã.

Rio de Janeiro (RJ)

A militância do PCdoB carioca e de entidades sociais como a União Brasileira de Mulheres (UBM), União da Juventude Socialista (UJS), CTB, Unegro, entre outras, também participaram das manifestações neste domingo (12) em Copacabana . “Estamos na rua com único objetivo, derrotar e derrubar Bolsonaro!, disse o dirigente estadual do PCdoB, membro da executiva do PCdoB que falou no ato.

Segundo ele, a manifestação deste domingo tem o significado da luta ampla, do movimento que lutou em 1968 e também do Fora, Collor!. “Estamos fazendo um resgate histórico. Compreendendo o seu significado.”, disse ele.

Leonardo Guimarães, estudante de 29 anos e secretário de movimentos sociais do partido, contou que a decisão de participar do ato ocorreu após o 7 de setembro. “Entendemos que deveríamos participar para unir os setores e aprovar o impeachment que hoje é necessário. E para isso somente a esquerda não é suficiente”, afirmou.

Confira as imagens:

Nordeste

Na região Nordeste do Brasil teve ato nas capitais de Pernambuco, Paraíba e no Ceará.

Pernambuco

Em Recife, a concentração ocorreu à tarde, no Marco Zero. Ao menos 11 movimentos políticos participaram da manifestação. O grupo entoava o grito “se o povo se unir, Bolsonaro vai cair”. Os manifestantes também fizeram alertas pelas mortes por Covid-19 no Brasil.

Paraíba

Em João Pessoa, os manifestantes se reuniram na orla de Tambaú. Lideranças pediram impeachment do presidente e fizeram discursos contra a corrupção.

Ceará

Em Fortaleza, o protesto foi  realizado na Praça Portugal, no bairro Aldeota. Também vestidos de branco, os manifestantes exibiam faixas e gritam “fora, Bolsonaro”.

Paraná

Em Curitiba, o ato começou à tarde com a presença de representantes e militância do PDT, PSDB e PCdoB, mas o ato foi organizado pelo partido Novo. A maioria dos manifestantes vestia camisetas brancas e estendeu faixas pedindo o impeachment de Bolsonaro e o combate à pandemia da Covid-19. O encontro foi realizado na Rua XV de Novembro, no Centro da capital.

Goiás

Na capital, Goiânia, um grupo da manifestantes se reuniu em frente à sede da Polícia Federal e interditou os dois sentidos da Alameda Coronel Eugênio Jardim, no Setor Bela Vista para pedir o impeachment de Bolsonaro.

Espírito Santo

A manifestação começou às 9h30 na Praça do Papa, em Vitória. Os manifestantes saíram em carreata pela manhã deste domingo (12) até Vila Velha.

“Desbrava a ampliação”

O secretário nacional de Comunicação do PCdoB, Adalberto Monteiro disse que apesar da presença discreta da militância nas ruas neste domingo (12), a relevância dos atos de hoje tem um significado.

“A relevância dessas manifestações deriva mais do significado político do que da quantidade de manifestantes. Uma banda da direita que foi linha de frente da campanha de Bolsonaro vai às ruas pelo impeachment de Bolsonaro e abriu seu palanque para setores da esquerda e da centro-esquerda”, pondera Adalberto.

Para o dirigente, se “desbrava a ampliação” para uma próxima jornada de luta. “Esse 12 de setembro abre caminho para uma manifestação ampla, suprapartidária, cívica, em defesa da democracia que reúna todos que sejam Fora, Bolsonaro'”, completou.

Ganhar as ruas

Integrante do Comitê Central, o presidente da CTB, Adilson Araújo, disse que o movimento em defesa da democracia e dos direitos exige mais amplitude a cada dia. “Precisamos de algo muito maior para imprimir uma derrota ao desgoverno Bolsonaro. Depois do dia 12, teremos também o dia 18, uma iniciativa do Fórum Direitos Já”, adianta o sindicalista. “Penso que tudo isso reforça o sentimento que, com Bolsonaro, não dá mais”, completa Adilson.

 

Atualizada às 20h07  para acréscimo de informações.

Atualizada às 22h51 para acréscimo de informações.