Assembleia na fábrica da GM em Mogi das Cruzes.

Os metalúrgicos de São Paulo realizaram assembleias nas fábricas e montadoras nesta segunda-feira em mobilização para a greve geral convocada para sexta-feira, 14.
Em frente à fábrica da GM, e Mogi das Cruzes, o presidente da Força Sindical e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres, conclamou todos os trabalhadores a pararem contra a reforma da Previdência.
“Com esse projeto que eles querem aprovar, praticamente ninguém mais vai conseguir se aposentar. Pela regra do projeto, para se aposentar pelo teto, tem que ter 40 anos de contribuição, 65 anos de idade mínima”, afirmou Torres.
De acordo com o presidente do Sindicato, o alto desemprego e a informalidade, que atingem milhões de pessoas, tornam ainda mais inacessível o direito à aposentadoria.
“Temos mais de 13 milhões de desempregados, mais de 20 milhões desalentados. Essas pessoas não contribuem. Quem está desempregado está em média há mais de 3 anos sem emprego. Como vão conseguir 40 anos de contribuição?” questionou.
“Não podemos aceitar que essa proposta seja aprovada”, ressaltou.
“Eles querem acabar com o PIS, que é uma forma de distribuição de renda. Vai reduzir de quem recebe dois salários mínimos para quem recebe apenas um salário mínimo, diminuindo em 80% das pessoas que recebem esse benefício, que são as pessoas mais pobres, que mais precisam. Isso não é privilégio. Vai cortar as pensões das viúvas e viúvas. Isso não é privilégio”.
“Essa é a Previdência que eles estão propondo, uma reforma que aumenta a miséria. Não vai gerar emprego nenhum como tentam passar nas propagandas. Mais de 60% dos municípios têm como principal renda a aposentadoria. É mais um ataque ao comércio, ao desenvolvimento, à geração de emprego”.
“Temos hoje uma sonegação de 500 bilhões de reais que prejudicam a Previdência. O governo não cobra. Não estamos falando de empresas pequenas. Os grandes devedores são os bancos, as construtoras, fábricas automotivas”.
“Queremos abrir essa caixa preta. Que se cobre de quem não está pagando. Cobre o imposto da remessa de lucro. A remessa da GM não tem imposto. Cobrar do agronegócio, e exigir que esse setor pague como qualquer empresa a parte patronal. É um setor que gera muita riqueza, não paga 1 centavo de INSS na importação. Isso está errado”.
“Por isso vamos à greve no dia 14”, afirmou Miguel torres.